Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Guerra”.
Fala-se demais que estamos vivendo uma guerra na cidade, uma guerra no ambiente, uma guerra no planeta. Todas as vezes em que se fala em guerra, questões éticas emergem: Será que existe alguma guerra que seja justa? Será que existe justiça no enfrentamento, na aniquilação de outras pessoas e de nações? Será a vitória justa quando acontece contra quem nos enfrentava?
Existe a possibilidade de critério para se imaginar a justeza de uma guerra. Talvez se dissesse que, na guerra contra o tráfico, na guerra contra a bandidagem, na guerra contra a corrupção, aí, sim, há uma justeza porque a causa é nobre. A causa enobrece a capacidade de combate, mas há algo a ser pensado sempre, que não é tão fácil de levar em conta.
O dramaturgo alemão Bertold Brecht, que fazia oposição ao nazismo, teve que sair da Alemanha para escapar da perseguição nazista. Ele dizia que “só quem pode dizer se a guerra é justa é a mãe do soldado morto”. Porque a mãe do soldado morto será a única com condição – tendo ela gerado aquela vida – de dizer quando essa vida deixa de existir, se foi por uma justa causa ou a favor de uma causa que poderia enobrecer aquele ato.
Não é fácil. A ética nos coloca várias questões para reflexão, e uma delas é exatamente essa: De onde vem a justeza daquilo que é um horror, como é o caso de qualquer guerra?
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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