” A vitória mais bela que se pode alcançar é vencer a si mesmo.” (Santo Inácio de Loyola)
Em meio a complexidade dos pecados, ou seja, em meio ao conjunto de inúmeras ocasiões de tentações, a fidelidade aos mandamentos de Deus demonstra-se uma tarefa árdua e exigente. Nesse sentido, o amor exige sacrifícios, renúncias e prudência.
Portanto, se quisermos perseverar no Evangelho, não basta repetirmos, de forma ingênua e irresponsável, a centralidade da graça de Deus. Geralmente, tais repetições são acompanhadas de um profundo autoengano, pois escusam o homem de sua colaboração no progresso nos caminhos da genuína caridade. Certamente, o auxílio da Providência é indispensável, pois, pelas nossas próprias forças, nada somos. Contudo, aquele que não evita ocasiões de pecado está fadado ao fracasso. “Quem ama o perigo nele perecerá” (Eclesiastes 3,27).
São Tomás de Aquino costumava dizer que Deus nos abandona no perigo quando nos entregamos ou nos expomos a ele de forma consciente e voluntária. Portanto, fuja das ocasiões de pecado. Aquele cujo defeito dominante for a luxúria deve buscar amizades que reflitam a pureza da continência. Se sua luta for contra a impureza, busque se afastar de quaisquer conteúdos que possam te levar a pensamentos contrários à castidade. Por certo, a melhor forma de demonstrar fidelidade encontra-se no bom cumprimento dos deveres de estado. Digo isto, pois tudo depende dos reflexos de nossas ações na vida dos familiares, dos amigos, do cônjuge, dos filhos e da sociedade em geral.
Enfim, Deus não nos socorrerá se não confessarmos, de forma humildade, nossos pecados. O Amor do Senhor está com aquele que, por caridade, foge das ocasiões de pecado. “Expor-se a uma ocasião próxima de pecado mortal, que se poderia evitar, já é pecado mortal de imprudência” (Santo Afonso Maria de Ligório). Sejamos firmes na verdade. Aquele que não foge das ocasiões de pecado, esconde-se atrás de argumentos tolos e infantis, os quais refletem sua imaturidade espiritual e, sobretudo, sua soberba fútil. “Portanto, quanto mais amamos a verdade, tanto mais devemos odiar a mentira” (Santo Agostinho). Certamente, uma das piores mentiras é aquela que contamos para nós mesmos.