” Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças .”
Charles Darwin.
Ser flexível em sua forma de agir e de pensar pode ser uma questão de sobrevivência, além de facilitar nossa forma de lidar com as adversidades. Mas conforme podemos observar, as pessoas estão ficando cada vez mais inflexíveis e intolerantes diante dos outros. Estamos vivendo, principalmente em nosso País, a polarização como característica principal do comportamento humano da atualidade. Diante de qualquer tema hoje abordado, podemos perceber traços de intolerância, ao passo que manter um diálogo sadio, com pontos de vista diversos, está praticamente impossível. Ataques e ofensas ao discurso do outro já se tornou banal, assim como a formação de grupos de pessoas com a mesma forma de pensar e a não aceitação de um pensamento de oposição.
Mesmo vivendo em um regime de estado social democrático de direito, onde a pluralidade está integrada no direito do ser humano, ser oposição do comportamento da maioria gera discriminação e comportamentos agressivos para com os que são mais autênticos e agem de acordo com sua própria maneira de pensar, ao invés de seguir a maioria.
Diante desse cenário, se faz importante falar em pensamento relativo ou relativista, pois este traz de volta o
hábito de pensar criticamente, ponderar sobre os fatos. É uma desconstrução das verdades pré-determinadas e absolutas. É saber que entre o 8 e o 80 existem vários outros números.
Quem usa o relativismo respeita a opinião do outro, acredita que o ponto de
vista de cada um existe de acordo com seus sentidos e suas vivências e que a verdade e a razão podem ter várias faces.
O relativo não é aquele que fica sempre em cima do muro, é aquele que possui opinião própria!
Quem possui pensamento relativo reconhece a importância do pensamento contrário ao seu, pois sabe que unindo formas de pensar diferentes é que extraímos o que há de melhor nas idéias.
Ou seja, o pensamento relativista é um pensamento de construção e associação de idéias.
Ao contrário da polarização que escraviza os pensamentos, discrimina pessoas, não aceita o que é novo, nem diferente, não proporciona grandes mudanças. Coleciona ideologias em função de pensamentos que são frutos do ego e da vaidade, muitas vezes não trazendo nenhum benefício comum; além da sustentação do próprio ego e da vontade de estar com a razão.
Existiu vários pensadores relativistas, que não concordavam com verdades absolutas e com conceito imposto de certo e errado.
Na filosofia grega, tivemos o relativismo sofista, uma linha de pensamento que defendeu a subjetividade da verdade. O que o homem defende e acredita depende diretamente de sua vivência e experiência de vida, cada fato possui o seu contexto.
Com isso, a verdade de um pode ser diferente da verdade do outro, pois será preciso contextualizar uma situação antes de determinar o seu intuito final, pois somos seres humanos dotados da razão, mas também possuímos a nossa forma de sentir o mundo e seus acontecimentos.
No relativismo o indivíduo é levado em conta e respeitado, assim sendo um conceito em que não acontece tantos julgamentos como quando temos uma situação de polarização de ideias.
Como Volteire citou um dia:
” Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”