Da Realidade a Ficção
Apesar de parecer inacreditável, a história relatada no filme foi bem real. O golpe sofrido pelo governo do Irã, fez com que a tensão tomasse conta do país. E essa derrubada do governo do Xá Mohammad Reza Pahlavi em 1979, e que trouxe de volta o aiatolá Khomeini, fez com que o Irã se transformasse em um verdadeiro caos. Aliás, essa tensão, já vinha desde antes de 1978. E que aumentou ainda mais, quando o governo americano concedeu exílio ao Xá. Levando as ruas, manifestantes que exigiam a extradição do seu ex-governante. Resumindo tudo, o Irã se transformou em uma total desordem. E Teerã em uma verdadeira praça de guerra.
Com todo essa confusão, em que havia se transformado o país, a embaixada americana acabou sendo invadida, por militantes islâmicos e estudantes iranianos. No entanto, seis diplomatas americanos conseguiram escapar, saindo fugidos da embaixada dos Estados Unidos, alguns momentos antes da invasão. E ficaram escondidos na residência do embaixador do Canadá, Kenneth Douglas Tylor, vivido, no filme Argo, pelo ator Victor Garber.
Como a embaixada americana já havia sido invadida em 14 de fevereiro do mesmo ano, em uma ocupação que durou apenas 3 horas, todos imaginaram que, certamente, essa nova invasão ocorreria da mesma maneira. Entretanto, não foi o que aconteceu. E, desse modo, os seis diplomatas tiveram que ficar escondidos por meses, na casa do embaixador canadense. Enquanto isso, a CIA, buscava encontrar uma maneira de trazê-los de volta aos Estados Unidos, em segurança.
O Plano
Sem dúvida, o plano preparado pela CIA foi fantástico. Se definia em retirar os seis diplomatas americanos do Irã, em um voo comercial. Nada simples, porém, possível. E era do que eles precisavam. De uma possibilidade. De uma chance, para o plano dar certo. A fabulosa ideia foi enviar ao Irã, uma equipe disfarçada, fingindo buscar locações, para a produção de um filme de Hollywood, chamado Argo. Quando, na verdade, era tudo uma operação de resgate.
Em uma entrevista a BBC, Mark Lijek, representado pelo ator Christopher Denham, em Argo, um dos seis diplomatas resgatados, diz que era o mais entusiasmado – “o plano tinha a quantidade certa de exagero. Quem, além de cineastas, seriam loucos o suficiente para estarem em Teerã em meio a uma revolução?
Sua produção
Argo foi produzido e dirigido por Grant Heslov, George Clooney, David Klawans e Ben Affleck. E que além da direção e produção do filme, Ben Affleck, ainda fez o papel de Tony Mendez, o agente da CIA, que planejou e liderou, o que foi a engenhosa operação de resgate dos seis diplomatas americanos. Resgate que se transformou em inspiração, para a realização do filme que teve nada mais, nada menos, do que sete indicações ao Oscar, em 2013. Sendo premiado em três delas, como o de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor montagem. Além de várias outras premiações. Entre elas, o Globo de Ouro, BAFTA (Melhor Montagem) e AFI (Melhor Filme do Ano).
Sobre Argo
É um excelente filme e com uma história alucinante. Mas o que verdadeiramente, tornou Argo espetacular, foi contar a história, até então, conhecida apenas pelos envolvidos na situação. Já que as informações divulgadas incessantemente, na época, pela imprensa mundial não relatava os seis diplomatas. A mídia falava, sim, dos conflitos vividos no Irã, em decorrência do exílio concedido ao Xá. Da volta do aiatolá Khomeini ao poder e todas as manifestações em Teerã. Além das reportagens sobre os 52 funcionários da Embaixada Americana, que se tornaram reféns quando houve a invasão. E que foram libertados em 1981, quando Ronald Reagan se tornou o presidente dos Estados Unidos, fazendo um acordo com o Irã, que colocou um fim ao sequestro.
Poucos eram os que sabiam da parte da história, em que seis funcionários conseguiram ficar escondidos, em absoluto sigilo, aguardando ao mais louco e audacioso resgate. O que, em resumo, ocorreu com uma excentricidade, ou seja, de uma forma inusitada e totalmente única.
As críticas
Argo foi merecedor de suas premiações. Contou muito mais do que uma história. Relatou, de um lado, as manifestações e protestos e do outro, os medos, as tensões e as angústias, que os seis americanos e todos os envolvidos, passaram diante de toda a situação caótica. O filme mostrou o de mais assustador, da espera ao resgate. O receio de não saber como seria o desfecho do que estava por vir. Foi uma missão ousada sim. E, que contou com a perspicácia dos seus idealizadores. Mas especificamente de Tony Mendez (personagem vivido por Ben Affleck). A história, por si só, prende do início ao fim quem assiste. Não tem como não ficar apreensivo e aflito, no decorrer do filme, até o seu final. Em resumo, Argo nos transporta a fazer parte de uma ideia brilhante e astuciosa, de um resgate que foi realizado de forma notável e genial.