Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Fatalidade”.
Quando se fala em fatalidade, entende-se como resultado daquilo que nada podemos fazer. E esse termo serve para explicar muita coisa que, em tese, pareceria quase inexplicável ou que devamos nos consolar por ela ter aparecido. A ideia de fado (o termo dá nome a um dos modos mais belos da música portuguesa) é a de destino, do que está fadado. Entre os antigos havia uma divindade que ajudava ou podia prejudicar a criança, chamada fada.
Quantas vezes se pensou na fada e no fado, ou fadado ou fatal, aquilo sobre o qual nós não temos quase controle?
Leon Eliachar, escritor de humor no Brasil, brincou de forma séria, no livro O homem ao quadrado, ao definir fatalidade: “Tudo aquilo que a gente só prevê depois que acontece.”
Algumas pessoas até se especializam em dizer “eu não falei?” O profeta de depois da hora, aquele que anuncia após o ocorrido, é muito presente no nosso dia a dia. E embora a fatalidade possa ser utilizada como explicação para algumas situações, a maior parte daquilo que nos acontece, na prática, dever até ser chamada de acidental, mas não obrigatoriamente de fatal, que pressupõe algo que seria inevitável.
E há uma série de coisas na nossa vida que não são inevitáveis. Trazer a fatalidade para tudo é uma má explicação.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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