A gerontologia estuda o processo de envelhecimento, esse processo natural e inevitável que todos vivemos a menos que se morra durante o percurso.
Ela mostra com simplicidade que o tempo não precisa ser aquele vilão impiedoso que traz constantes perdas ou a cadeira de espera da morte. O tempo pode ser o companheiro de uma fase da vida que certamente não é a melhor idade, mas não é a pior.
Libertar o velho que temos dentro de nós pode ser uma experiência bem-sucedida, aposentar-se não é o caminho do aposento e autoimagem pode ser reversível.
E se a gerontologia pesquisa, esmiúça, compreende a tarefa do corpo de envelhecer como um processo natural, ela também mostra o quão importante é valorizar esse processo, que carece de entendimento, aceitação e que seja generosamente contemplado.
Em conta simples temos um corpo e duas possibilidades, ou seja, um corpo e saúde ou doença, um corpo e equilíbrio ou desequilíbrio, um corpo e uma relação integrada com qualidade de vida ou desalinhada e sofrida. A escolha não é pura e simples pois essa é a escolha de uma construção que se inicia num período muito distante do envelhecer, no período em que o corpo é forte e viril e que dá conta de processar e restabelecer qualquer sobrecarga ou descuido que tenhamos com a saúde.
Um dos grandes inimigos da velhice é o hábito, muito cultivado de” deixar para depois”, procrastinar os cuidados que o corpo exige não quando já está debilitado, mas quando ele ainda é vigoroso. Cuidar a máquina humana ao longo do tempo com a mentalidade prevencionista de um engenheiro de segurança. Dando a essa máquina todas as manutenções que ela exige, as preventivas, preditivas e de correções. E nesse rol está embutido os cuidados com o físico, mental e o emocional.
Amaldiçoar a velhice quando os joelhos que te carregam a setenta anos doem é quase uma covardia e um tremendo desrespeito. Penso sempre nos pés, que nos levam para toda parte, que suportam nosso sobrepeso, que nos aturam horas e horas em cima deles e o máximo que lhe ofertamos é um corte de unhas e vez por outra uma massagem. Que máquina suportaria tamanha falta de atenção?
E as mazelas que fazemos com o fígado, o estomago, os rins, o pobre coração? Verdade é que somos péssimos cuidadores!
Não há receitas para frear a velhice, mas um bocado de cuidados que permitem que ela seja uma fase bem interessante, repleta de experiências e prazer, com conexões e aspirações, mesmo que haja um analgésico, um colírio ou um comprimidinho qualquer no bolso.
E para quem gostaria de ser eternamente jovem, se não estiver falando da alma sinto dizer: querer não é poder!
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