Experiência de estresse

Experiência de estresse

Processo do estresse

A experiência de estresse ocorre quando existe um desequilíbrio entre as demandas ambientais ou situacionais e a capacidade do indivíduo lidar com estas, principalmente quando o fracasso pode resultar em consequências sérias.

Mcgrath (1970) propôs um modelo acerca dos processos envolvidos na experiência do estresse, o qual inclui os seguintes estágios

  • Demanda ambiental/situacional: Pode ser física ou psicológica. Um bom exemplo é quando uma criança se sente pressionada pelos pais para ter bons resultados na escola. Caso a criança não tenha as estratégias adequadas para estudar e obter melhores resultados, maiores os níveis de estresse.
  • Percepção sobre a demanda: Uma mesma demanda pode ser interpretada de forma diferente por diferentes pessoas. Alguns podem avalia-la como extremamente difícil, enquanto outros (talvez por terem ferramentas melhores para lidar com esta) a veem como simples. O nível de ansiedade traço influencia nessa percepção, sendo que indivíduos mais ansiosos costumam avaliar situações competitivas como mais aversivas
  • Resposta ao estresse: Diante do estresse, certas alterações fisiológicas ocorrem, como maior ativação, ruminação, tensão muscular, etc
  • Consequências comportamentais: A performance cognitiva e física do indivíduo são afetadas, alimentando o início do processo. O fracasso em lidar com as demandas ambientais/situacionais pode levar o indivíduo a ser ridicularizado dependendo da atividade, ou até mesmo a se sentir mal consigo mesmo, criando assim outras demandas.

 

Fontes de estresse

Berger, Pargman e Weinberg (2007) concluíram que desde eventos de vida marcantes, por exemplo diante do falecimento de um ente querido, até eventos mundanos, como ter seu carro riscado são capazes de afetar a saúde psicológica mediada pelo estresse.

Algumas fontes situacionais do estresse incluem a importância de determinado evento, por exemplo, prestar o vestibular tem grande valor para estudantes que desejam ingressar em uma universidade de qualidade, portanto costumam apresentar maiores níveis de estresse nos dias que antecedem, e no próprio dia da prova. Além disso, o grau de incerteza sobre o resultado de algo contribui para a experiência de estresse.

Algumas fontes de caráter pessoal incluem o nível de ansiedade estado, algo que predispõe o indivíduo a perceber demandas e eventos como mais ameaçadores devido a vieses cognitivos. Ademais, autoestima costuma estar envolvida na experiência de estresse, pois esta influencia a percepção que o indivíduo tem de ser capaz de lidar com as demandas da situação.

Uma fonte pessoal que merece atenção especial é a ansiedade relacionada à avaliação social, principalmente, à aparência física. Esses indivíduos apresentam menos comportamentos saudáveis, por exemplo se engajando em atividades físicas, pois apresentam níveis mais elevados de ansiedade e estresse durante a prática física, relacionando-se também à auto-eficácia, além da necessidade de se sentir competente e motivado (DECI; RYAN, 2000; HAUSENBLAS; BREWER; VAN RAALTE, 2004; BRUNET; SABISTON, 2009).

 

Referências

BERGER, B.; PARGMAN, D.; WEINBERG, R. Foundations of Exercise Psychology 2 ed. Morgantown, WV: Fitness Institute Technology, 2007

BRUNET, J.; SABISTON, C. M. Social physique anxiety and physical activity: A self-determination theory perspective. Psychology of Sport and Exercise, v. 10 p. 329-335

DECI, E. L.; RYAN, R. M. The “what” and “why” of goal pursuits: Human needs and self-determination of behavior. Psychology of Inquiry, v. 11 p. 227-268, 2000

HAUSENBLAS, H.; BREWER, B.; VAN RAALTE, J. Self-presentation and exercise. Journal of Applied sport psychology, v. 16 p. 3-18, 2004

MCGRATH, J. E. Major methodological issues. In MCGRATH, J. E., Social and psychological factor in stress, p. 19-49. New York: Holt, Rinehart & Winston, 1970

MARTENS, R. Coaches guide to sport psychology. Champaign, IL: Human Kinetics, 1987a

 

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