Nessa autobiografia a autora narra sua infância e juventude marcada pelo racismo e abuso, mas também pela libertação.
Aos 8 anos, Maya foi vítima de estupro pelo padrasto, descobrindo posteriormente o poder e a influência dos brancos do outro lado da cidade. Apesar da infância e adolescência conturbadas, ela é símbolo de resistência tanto por sua trajetória de vida quanto pela militância no movimento negro desde 1960. Conheceu a discriminação e a pobreza extrema, mas também a esperança, a alegria, a realização e a celebração.
Maya sabia por que o pássaro canta na gaiola: metáfora que pode representar o estar presa e ter voz apenas para si.
A garota negra, criada no Sul dos EUA por sua avó paterna, carregou consigo um enorme fardo que foi aliviado apenas pela literatura e por tudo aquilo que ela pôde lhe trazer: conforto através das palavras.
“Escrevo sobre uma mulher negra americana, no entanto, estou sempre falando sobre como é ser um ser humano. É assim que somos, o que nos faz rir, e é assim que caímos e como, de alguma forma, surpreendentemente, nos levantamos novamente”.
“As lembranças dolorosas e as descobertas de Angelou estão contidas e eternizadas nas páginas desta obra densa e necessária, dando voz aos jovens que, assim como ela, até hoje estão fadados a uma vida dura e cheia de preconceitos”.
São tantos temas que permeiam essa narrativa: infância, abuso, racismo, segregação, família, diferenças sociais, dor, medo, emoções, adolescência, sexualidade, autoestima, identidade.
Maya Angelou tem uma escrita leve, fácil e transformadora. Apesar dos assuntos muitas vezes espinhosos, a autora conta tudo isso com uma certa leveza e se mostra poética em vários momentos , como o próprio título.
📚Livro incrível com uma história essencial, que toca, emociona e transforma profundamente o pensamento de quem lê.
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