Empreendedorismo não é só maravilha

Empreendedorismo não é só maravilha

Uma pesquisa e estudo realizado no Brasil ainda em 2016, pela Global Entrepreneurship Monitor, no qual entrevistou-se 2000 pessoas em idade adulta e 93 especialistas em empreendedorismo, e divulgada na época, pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e pelo Sebrae mostrou que: 71,5% dos empresários declaram uma renda familiar de até 3 salários mínimos; e apenas 1,63% declara anualmente, uma renda familiar maior que oito salários mínimos. De acordo com o Sebrae, quase 50% dos empresários brasileiros afirmaram que seu negócio faturava até 1000 reais por mês e, em 30% dos empreendimentos não havia renda alguma no momento da pesquisa.

Afirmar que ter uma empresa e/ou ser empresário por mais difícil que seja o trabalho de gerenciar, vai proporcionar a uma pessoa uma vida de muito mais dinheiro com certeza, do que uma vida assalariada com pagamento mensal, é algo nem sempre verídico. Isso ocorre não só por causa da momento atual da pandemia do covid-19, a qual acarretou dificuldades econômicas a todos nós, principalmente para quem encontra-se desempregado e/ou com a redução de seus salários, e também, aos próprios empresários, mas sim, porque uma pequena parcela dos empresários, recebe entre 50 a 98% da receita de todas as empresas ativas, existentes no mercado. Enquanto isso, a outra grande parte das empresas, fatura muito pouco ou quase nada.  A média de grandes extremos não significa que a maioria das pessoas esteja em uma posição economicamente confortável.

Situação análoga é quando dividimos a receita de uma região, estado ou país, pelo número de seus habitantes e, encontramos a renda per capita de cada pessoa por unidade de tempo. É algo totalmente irreal, pois há poucos com uma renda altíssima e muitos ganhando valores muito baixos. A concentração de capital nas mãos de poucos é algo que assusta, pois juntamente com isso, há o poder que dita as regras da política, sociedade, economia e ambiente.

Empreendedorismo no meio de tantos “interesses” de alguns e totais descasos de muitos outros, pode ser um caminho de altíssimo risco de perdas econômicas, e não apenas para o sucesso financeiro sem precedentes. Ao empreender ou desenvolver algo novo no mercado, para que as chances de algo dar errado sejam bem reduzidas, é preciso: conhecimento técnico prévio de alto nível; foco na gestão e nos negócios; foco na experiência do usuário e na melhoria contínua. Muitas vezes, o negócio próprio demora a gerar renda, e pagar as contas é algo importantíssimo! E é por isso, que a grande maioria dos empreendedores já acaba desistindo ainda nessa fase! Empreender não pode ser realizado apenas por desespero de não se ter renda alguma. Pelo contrário, precisará ser feito com muita ciência, noção e informação de mercado e de produto; muita atenção e precaução aos riscos envolvidos; tempo disponível para se dedicar fielmente e fortemente ao negócio e com algum dinheiro inicial!

Quando o desemprego aumenta, é natural que a taxa de empreendedorismo por necessidade cresça, e que caia o empreendedorismo por oportunidade. Portanto, não é nada honesto e sincero, incentivar o empreendedorismo sem falar nos riscos que são inerentes à ele. Todo mentor ou coaching, que não assume os riscos advindos das suas dicas, sugestões e/ou conselhos, não pode e nem deve, ser ouvido e muito sequer seguido. Em toda a área da vida isso deveria ser posto à prova e não só no empreendedorismo. Na área econômica (investimentos), da saúde (recomendações nutricionais, tratamentos de doenças), educação (formas de aprendizagem), política (formas de proceder), religiosa (formas de viver). Na área ambiental é exemplar a indicação da pulverização de agrotóxicos na agricultura convencional. Geralmente, quem diz ao agricultor como passar e quais venenos deve aplicar em cada situação, talvez nunca tenha inalado, ingerido ou entrado em contato direto (pois indiretamente todos nós já entramos) com os agrotóxicos que recomenda. Se tais riscos fossem assumidos eticamente de verdade por quem quer que seja, haveria muito menos qualquer tipo de produto químico sendo pulverizado e lançado sem critério algum em nosso ambiente terrestre. Outro exemplo clássico é quem recomenda alguém a fazer empréstimos de qualquer natureza, sem explicar claramente o valor em juros que precisará ser pago ao saldar o crédito, e nem discutir sobre a viabilidade econômica do que está sendo financiado.

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

Siga nosso insta @PensarBemViverBem





Deixe seu comentário