EM NOSSA ETERNA BUSCA PELA FELICIDADE, SERÁ POSSÍVEL ENCONTRÁ-LA?

EM NOSSA ETERNA BUSCA PELA FELICIDADE, SERÁ POSSÍVEL ENCONTRÁ-LA?


“Reduzir nossas pretensões é prudente desejável, porque é bastante fácil ser completamente desgraçado, enquanto não é apenas difícil ser muito feliz, mas completamente impossível.” Schopenhauer- Aforismos para a sabedoria de vida

Segundo o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, nossa busca pela felicidade, pode ser que seja eterna mesmo. De acordo com sua teoria, nós seres humanos somos regidos por uma força chamada de Vontade. Essa Vontade é uma condição natural que seria responsável por nossas escolhas, a qual nosso maior objetivo seria satisfazê-la de forma não racional ou instintiva e não planejada. Como se, cada escolha feita, fosse proposital para realizar nossas necessidades mais primitivas: como por exemplo, trabalhar para não ter fome ou se relacionar com alguém para se reproduzir, pois essa Vontade seria responsável por nossa existência, crescimento e sobrevivência.
Pensando dessa maneira, se a base de nossas escolhas são irracionais, então não seríamos tão capazes assim de ir em busca de nossa felicidade, já que o que nos acontece não passa de necessidades básicas do ser humano.
Além disso, estaríamos sempre em busca de uma felicidade que está no futuro que ainda não chegou ou na nostalgia de um passado distante; ou seja, somos eternamente insatisfeitos. Corremos atrás de um sonho ou de um objetivo na esperança desse dia chegar, desse sonho alcançar e quando acontece, a felicidade dura pouco tempo, logo nos acostumamos com ela e nos deparamos novamente com o tédio. Até que você percebe que aquilo que desejou te trouxe uma felicidade momentânea, porém não era suficiente para te fazer permanecer feliz; E então você deseja por mais ou algo além. Essa seria nossa eterna busca pela felicidade, um viver para uma busca- que traz uma felicidade momentânea- que seguidamente te leva ao tédio- que te faz buscar por algo maior. O que em nossa sociedade moderna ocorre facilmente, já que hoje alcançamos variados objetivos tão facilmente, diante de tantas ofertas e opções para a mesma coisa, às vezes apenas a um toque de distância no celular.
Enquanto para uns a felicidade está nessa eterna busca, para outros é exatamente o contrário. A felicidade mora no passado. De fato, a felicidade é uma forma de sentir e perceber o mundo em que se vive e como reagimos às suas ações. Para Kant, a felicidade está na razão e para Nietzsche não somos apenas razão, somos sensações e sentidos também. Até para os filósofos mais famosos é difícil definir a felicidade. Encontrá-la então… alguns deles morreram procurando!
E por ser, a felicidade, um projeto absolutamente individual, é que se torna tão difícil descrevê-la. Mas podemos sim, não só encontrá-la como conviver com ela. A boa notícia é que ao invés de buscá-la exteriormente, podemos buscá-la interiormente. A primeira providência é conhecer a si mesmo, como o aforismo do pórtico de entrada do templo do deus Apolo, na cidade de Delfos- Grécia: “Conhece-te a ti mesmo”. Isso seria o básico, o primeiro degrau para encontrar a felicidade, pois conhecendo profundamente o que te agrada e o que te desagrada, você consegue fazer melhores escolhas na vida para que se sinta mais feliz.
Outra dica valiosa é trazer a felicidade para o aqui e agora e quebrar esse ciclo de eterna busca pela felicidade que foi mencionada acima. No livro (O PODER DO AGORA- de Eckhart Tolle) podemos encontrar um guia prático que nos ensina a trazer a felicidade para o hoje e não deixá-la para amanhã.
Para os epicuristas e estóicos a felicidade está na famosa ataraxia, que é a completa ausência de pertubações na mente, através do domínio de nossas sensações. Nesse caso, a pessoa considerada feliz é aquela que não se afeta de forma negativa a fatores externos e se encontra sempre serena e tranqüila, com firme controle de suas paixões.
Temos ao nosso alcance, diversas descrições e fórmulas para a felicidade; mas o que realmente sabemos é que a felicidade é uma experiência individual, que depende tanto de fatores externos quanto internos e de forma oscilatória. O que para mim representa felicidade, para o outro não representa e ninguém é feliz o tempo todo, mas passamos perto dela por diversas vezes nessa vida. O segredo é como mantê-la do nosso ladinho no maior tempo possível! Sendo você mesmo, respeitando sua individualidade e praticando atividades que lhe dão prazer já contribui para manter e conservar a sua felicidade.

“Aquilo que somos contribui muito mais para a felicidade do que aquilo que temos ou representamos.” Arthur Schopenhauer

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