Vai muito mais além do que salvar uma vida
Lidar com a morte de um ente querido é muito difícil. E fazer com que essa morte se transforme em esperança para as pessoas que aguardam anos, em uma fila de transplante de órgãos, é o que nos torna seres humanos.
O primeiro transplante de órgãos entre dois gêmeos idênticos, aconteceu nos Estados Unidos em 1954. Porém, foi na década de 60 que os médicos descobriram um meio de realizar um transplante de órgão entre não parentes, sem que houvesse a rejeição. Porém os riscos eram altos e as chances de sobreviver após a cirurgia eram muito baixas. E foi só a partir da década de 80 que os medicamentos imunossupressores (usados para evitar a rejeição do órgão transplantado) tiveram uma significativa evolução. Possibilitando a prática de transplantes de órgãos e tecidos. E ainda faltava superar a falta de informação e o preconceito.
O transplante de órgãos no Brasil
O Brasil é referência mundial em transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente cerca de 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Existem dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, que pode ser qualquer pessoa que queira doar, desde que não prejudique a sua própria saúde. Esse tipo de doador pode doar um dos rins, uma parte do fígado, uma parte da medula óssea ou uma parte do pulmão.
O segundo é o doador falecido, que são os pacientes com morte encefálica (perda completa e irreversível das funções corticais e de tronco cerebral). Nesse caso, deverá haver a autorização de um familiar. Sem essa autorização a doação não poderá ser realizada.
Um único doador tem a possibilidade de salvar ou melhorar a qualidade de vida de mais de vinte pessoas.
Os órgãos doados vão para pacientes que esperam por esse transplante e que aguardam em uma lista única, definida pela Central de Transplante da Secretaria de Saúde de cada estado e controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Se você quer ser um doador avise a sua família sobre o seu desejo
A morte de pessoas que amamos é uma dor imensurável. E diante de tanta tristeza, podemos fazer nascer algo maravilhoso. Porque saber que temos a condição de oferecer uma possibilidade para outra pessoa, dando a ela uma nova chance para seguir, para continuar a vivendo.
Vários são os sentimentos que acompanham quem aguarda por um doador. Aprender a conviver diariamente com o medo, insegurança, ansiedade, angústia e ao mesmo tempo não deixar que a fé abandone toda essa espera.
A expectativa faz parte do dia-a-dia de quem luta por um transplante. A possibilidade de uma segunda chance, é um dos infinitos sentimento que acompanham cada uma das pessoas que vivem um dia de cada vez, esperando o recebimento de um coração, de um pulmão, um rim, tecido, córnea, fígado, ossos. Pessoas que dependem do amor do próximo.
Doar é muito mais do que salvar uma vida. É amor, é nobreza, é a condição que eu tenho de fazer com que a minha tristeza se transforme na felicidade de outra pessoa. É a condição de fazer com que aquela perda que eu tive, se transforme na oportunidade que outra pessoa tem para viver.
Transplante é sinônimo de humanidade e de esperança. É fazer com que o coração do seu filho permita que o filho de uma outra pessoa continue vivendo. É fazer com que a minha morte, seja a chance de manter a viva outras vinte pessoas.
A doação de órgãos é o maior ato de amor e de generosidade com o próximo e consigo mesmo.
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