Texto: Aline de Alencar rosa.
Diariamente as pessoas estão competindo umas contra as outras, seja nos estudos a fim de conseguir uma cadeira dentro da universidade, ou trabalho para alcançar um cargo especifico, até mesmo nos relacionamentos. Contudo devemos saber contra quem estamos lutando e quem escolhermos para ser nossos adversários, devemos ter em mente que não podemos subestimar as pessoas. Logo faço a seguinte pergunta:
Se eu competir contra alguém e perder, será que meu adversário será gentil com minha derrota?
Nas raízes da antiga mitologia, existe um mito especifico que me chamou a atenção frente a este questionamento, nunca parei para pensar contra quem eu disputo, mas após ler o mito de Marsias compreendi que devemos analisar bem profundamente contra quem concorremos.
“Um dia, Athena fez uma flauta dupla com ossos de veado e tocou em um banquete dos deuses. Ela não conseguia entender por que Hera e Afrodite estavam rindo silenciosamente, escondendo-se atrás das mãos, embora a música parecesse deliciar os outros deuses. Então,ela se retirou sozinha, em um bosque na Frígia, pegou sua flauta e, à beira de uma rio, olhou para sua imagem na água enquanto soprava na flauta. Percebendo imediatamente que suas bochechas inchadas e rosto congestionado a faziam parecer cômica, ela jogou a flauta e amaldiçoou quem quisesse buscá-la.”
Marsias foi a vítima inocente. Ele tropeçou na flauta e não a trouxe aos lábios mais cedo do que, lembrando a música de Athena, a flauta começou a tocar sozinha
Marsias passa a se considerar um músico tão perfeito que desafia Apolo para uma competição, sendo que o vencedor teria o direito de punir o perdedor.
Isso provocou, é claro, a ira de Apolo, que lhe ofereceu um concurso, cujo vencedor teria o direito de infligir aos vencidos o castigo de sua escolha. O concurso prosseguiu sem nenhum vencedor; quando Apolo, chamando Marsias, exclamou:
“Eu desafio você a fazer no seu instrumento o que eu faço: vire de cabeça para baixo, toque e cante ao mesmo tempo.”
“Fazer isso com uma flauta era obviamente impossível e Marsias não teve sucesso. Então Apolo venceu e se vingou de Marsias da maneira mais cruel: ele o amarrou a um pinheiro (ou um plátano) e o esfolou vivo e pregou sua pele perto da caverna. As lágrimas de seus amigos, ninfas e sátiros, vieram lamentá-lo e formaram o rio Marsias.”
O que podemos aprender com esse mito?
1- Jamais desafie uma pessoa sem antes saber se você está no mesmo patamar de conhecimento, às vezes nossa vaidade nos cega, achamos que nossas habilidades são únicas e perfeitas e nem sempre é assim. Primeiramente Marsias se deslumbrou com instrumento recém adquirido, o objeto que veio das mãos do divino não o tronaria divino, com isso ele se comparou a Apolo, subestimando as habilidades do deus grego. Infelizmente ele foi infeliz com frente a realidade, justamente o seu nível não era tão extraordinário do jeito que ele imaginava
2-Ao desafiarmos uma pessoa devemos estar preparados para ser desafiado também, e sofrer as conseqüências.Apolo foi muito esperto no que diz respeito as.O deus grego percebeu que o duelo continuaria sem nenhum vencedor, então ele jogou de forma diferente mudando as regras e aproveitando-se que Marsias era destituído de malicia com isso alcançou a sua tão alcançada vitória.Devemos sempre observar quando estamos em uma competição se as regras podem ou não ser alteradas, pois nosso resultado depende desta visão.
3-Retomo agora a pergunta anterior: Se eu competir contra alguém e perder, será que meu adversário será gentil com minha derrota? O gosto da derrota é ruim, principalmente quando é você que cria o desafio, Marsias sofreu amargamente ao ser esfolado vivo por Apolo, o deus de maneira nenhuma foi gentil, ele simplesmente puniu Marsias da maneira mais cruel e horrenda possível.
Com esse mito podemos refletir o quão é importante temos em mente o conhecimento sobre nossos adversários, quando tomamos a decisão de competir contra alguém devemos sempre estar preparados para a derrota.
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