Todos e todas já fomos crianças, alguns deixamos de sê-lo, outros ainda mantêm algumas características do mundo da infância, e nem sempre se presta tenção na própria palavra. Porque “criança”, “crianção”, “criação” é algo que, como objeto de uma síncope da expressão, acaba gerando a ideia de algo que está se criando, isto é, aquilo que está juntando forças para um movimento de geração.
Criança é aquilo que ainda está em nível de criação, que está sendo criado. E se há uma coisa que nos emociona é a possibilidade de poder brincar com uma criança que não tem nenhum outro compromisso a não ser com o momento, com o instante que está vivendo, aquela coisa gostosa de não ter obrigações.
Em vários momento das nossa vida, quando estamos sem obrigação, até nos comportamos como crianças, passamos a brincar em várias situações e brincar é sinal de inteligência.
O poeta paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), nascido na cidade de Campinas, fez um verso que eu considero absolutamente certeiro sobre a infância: “Um gosto de amora comida com sol. A vida chamava-se agora”.
Essa definição da vida como o agora é o que caracteriza a infância; “um gosto de amora que é comida com o sol”.
Isso nos traz a possibilidade de entendermos o que significa esse crescer e, ao mesmo tempo, percebemos os sabores que conosco ficaram.
Texto escrito pelo…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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