Vida que vale a pena, é aquela que equilibra o conceito de pena. Já pensou sobre este assunto?
Primeiro vamos observar que penas são estas da frase; as penas são os obstáculos, sacrifícios e situações de desafio que ocorrem na vida, de todos nós.
Então uma vida que valha a pena é a que, embora tenhamos este conjunto de fatores, equilibramos com outros, que abrangem prazer, escolhas positivas, bem-estar, qualidade de vida. Todas as vivências, portanto, que equilibram a balança, eis a explicação da frase.
Sócrates, grande pensador, considerado como o pai da nossa maneira de pensar, afirmou que
quanto mais no dia a dia, se pensar na vida que se está vivendo, melhor será.
Portanto, quanto mais estivermos conscientes enquanto vivemos, melhor serão nossas avaliações.
É fugir da ideia de “deixar a vida lhe levar”, neste sentido não nos guiamos e fica difícil nos comprometermos com metas, sonhos e tudo que nos permite verdadeiramente escolhas positivas. É viver no piloto automático e provavelmente na zona de conforto.
Neste sentido, de viver plenamente e com consciência, ao invés de apenas seguir e se adaptar, tem-se apropriação do que é importante, do que vale a pena.
Existem ferramentas inclusive que objetivam a maior conscientização, com inúmeros estudos científicos que atestam sua eficácia em termos de qualidade de vida.
Como exemplos temos o Mindfulness, Mindful Eating, Mindfulness da Compaixão. O Mindfulness, traduzido para o português significa atenção plena. Uma técnica meditativa que embora vinda do oriente como prática religiosa, não tem vínculo com nenhuma religião, no ocidente. Portanto é aberta para todos, sua prática com benefícios está hoje bem difundida. Faz parte dos programas de saúde do SUS por exemplo.
O Mindful Eating, derivado do Mindfulness é o comer com atenção plena, técnica bem utilizada na área da saúde igualmente, principalmente por nutricionistas para pacientes com transtornos alimentares. O mesmo ocorre com a terceira prática meditativa, o Mindfulness da Compaixão, com a importância do auto acolhimento.
Mas afinal, qual a relevância em adotarmos a consciência e a percepção, em razão da chamada vida que vale a pena? Simples, a vida nos traz possibilidades, quando optamos por uma geralmente há o detrimento de outras. Não é possível acolhermos todas as possibilidades, por ser inviável. Então, sim, deve ser aquela que sendo possível escolher, seja a que valha a pena.
O foco em si, nas metas e sonhos possibilitam uma organização mais assertiva; pois ao tomar uma decisão em qualquer área de sua vida estes valores têm participação. Ou deveriam ter.
Não significa que não olharemos para questões que envolvam outras pessoas, ou que deixaremos de ser empáticos; não se trata desta visão. Mas sim de termos mais qualidade na vida ou qualidade de vida, já que nossas escolhas devem ter espaço para que nós mesmo ocupemos. E melhor, com desfrute.
Aristóteles, outro pensador, também explorou a plenitude da alma e seu entendimento. Assemelhando seu pensar com o que temos nas ferramentas meditativas; podemos entender que estar presente, com foco, com plenitude, é estar com corpo e alma envolvido com a própria vida.
Por mais que aconteçam imprevistos e acontecimentos que impeçam nossa ação direta ou escolha, há os que dão sentido e propósito – são estas que podemos conduzir com atenção e zelo.