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Conhecer o inimigo é fundamental para derrotá-lo

Expor a realidade é necessário para sabermos contra o quê de fato estamos lutando ou falando, e ver se isso faz sentido. Lutar para termos uma saúde melhor deveria ser o primeiro anseio de cada um de nós em primeiro lugar. Toda pessoa em seu âmago mais profundo quer viver mais tempo, permanecendo saudável. Como vou pensar em melhorar o mundo, se não consigo melhorar nem a mim mesmo, tomando hábitos mais saudáveis em minha alimentação!? Cuidar da doença é muito mais caro e dolorido do que cuidar da saúde.

Na primeira guerra mundial (1914-1918), o mesmo processo de fabricação de fertilizantes foi utilizado para fazer explosivos e bombas. A invenção dos agrotóxicos também surgiu depois da aplicação de várias moléculas químicas como armas bélicas (de destruição em massa) na segunda guerra mundial (1939-1945). Após o seu término, os fabricantes, sem saberem onde colocar o estoque desses produtos, viram na agricultura um bom destino. Atualmente, apenas 6 multinacionais dominam 90% dos agrotóxicos, 100% das sementes transgênicas e cerca de 80% das sementes convencionais. Se de uma forma quase geral, o agricultor não consegue mais ter lucro na sua atividade, pois as despesas com insumos são cada vez maiores, e os preços do que ele comercializa são cada vez menores, resta saber porque não mudamos a forma de produzir o quanto antes.

Alguém até pode apontar ineficiências no meio do caminho, mas é incontestável que os fabricantes, vendedores de insumos agropecuários e os grandes mercados atacadistas e varejistas ficam com o maior percentual da renda gerada pela agricultura. Quem fica excluído nessa história são apenas os próprios agricultores e todos os consumidores. Todos sendo vítimas do mesmo algoz.

            Quem dita as regras da história da humanidade não está preocupado com a máxima: “não fazer aos outros o que não quero que façam a mim”. Pois são os mesmos que detém a riqueza e o poder concentrados. É nessa temática que se encaixa a questão dos alimentos transgênicos e produzidos com agrotóxicos. Ouve-se muito ainda: “ah, se eu não consumo o que produzo para vender, não preciso prezar pela qualidade do alimento!” Mas então quem compra pode comer um alimento envenenado! Isso está muito errado, e as consequências desse tipo de pensar estão cada vez mais visíveis.

O mesmo procedimento é realizado pelas empresas que industrializam alimentos, as quais nem sempre se importam com o impacto que os conservantes, corantes, adoçantes, realçadores de sabor, entre outros inúmeros aditivos químicos danosos para a saúde, vão causar nas pessoas. Só pra termos uma idéia da dimensão dos males que nos cercam, o consumo per capita anual de até 10kg de açúcar branco não faz mal para os órgãos e para a saúde em geral, mas no entanto, o brasileiro chega a consumir até 50kg. E nem precisamos falar da gordura hidrogenada! Diabetes, aumento de peso, colesterol, infarto, pressão alta, entre outras doenças, não surgem à toa por aí.

Uma pesquisa desde 2011 da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na qual foram entrevistadas 1420 pessoas entre 20 e 79 anos de todas as classes sociais, nas cinco regiões brasileiras, mostrou que de uma forma geral: apenas as pessoas mais velhas, acima de 50 anos, consomem mais verduras; somente pessoas com maior poder aquisitivo, consomem mais frutas; e os brasileiros consomem pouquíssimos vegetais frescos fora de casa. Outro aspecto analisado foi o número de domicílios com pessoas com algum problema de saúde: 11% tem pessoas com hipertensão; 6% pessoas com diabetes; 16% pessoas com obesidade e 34% das residências com pessoas acima do peso.

Observa-se atualmente uma mortandade imensa de polinizadores, a extinção sem precedentes de todas as espécies vegetais e animais, o alto índice de câncer na população, deformações gênicas e distúrbios comportamentais diversos naqueles que estão nascendo…A agricultura convencional atual, implementada no mundo desde o final do século XIX e início do século XX, com seus tratores, adubos químicos altamente solúveis, depois com sementes híbridas e posteriormente até hoje, com agrotóxicos, sementes transgênicas, radiações ionizantes; em um período de pouco mais de 100 anos; já tem se mostrado um modelo de produção equivocado e inviável em si mesmo. Para entendermos isso, basta analisarmos o grande embate ideológico entre dois alemães no início dos anos 1900.

Julius Hensel defendia que o solo degradado poderia ser recuperado com farinhas de rochas finamente moídas de baixa solubilidade. Pois, se o solo é feito de rocha, a qual se decompõe muito lentamente, então bastava acelerar esse processo. Os pós de rocha contém todos os nutrientes de que as plantas, os animais e os humanos precisam para uma vida saudável. No entanto, como um centímetro de solo pode levar mais de 500 anos para formar-se, é preciso cuidar muito bem desse recurso precioso. Assim, conjuntamente, pregava práticas de manejo conservacionistas do solo, de forma a evitar a erosão e mantê-lo fértil, através da adubação verde e adubação orgânica.

Os agricultores alemães inclusive, já utilizavam essas farinhas de rocha, as quais eram obtidas nas pedreiras próximas à eles, só que esse material era tudo de graça praticamente. Dessa forma, um outro grande químico da época, Julius Von Liebig aproveitou para lucrar com as suas fábricas de fertilizantes. Liebig havia então, formulado a Lei do mínimo, vigente até hoje nas escolas de agronomia, a qual apregoava adubar o solo com o nutriente em menor quantidade, pois seria o limitante da produção. Os mais importantes seriam quase que apenas o nitrogênio, fósforo e potássio (N-P-K) por serem macronutientes. Tudo isso sem se preocupar com o equilíbrio entre as quantidades, interações e as disponibilidades dos outros nutrientes existentes na solução do solo. No entanto, o que poucos relatam até hoje é que Liebig teria dito tempos depois antes de morrer: “ me arrependo de ter incentivado a adubação química altamente solúvel e relegar ao segundo plano a adubação orgânica e os pós de rocha, pois ajudei a acabar com a vida do solo e com ela a sua matéria orgânica vital para o equilíbrio natural dos seres”.

            Eu me pergunto muito, o que faz as pessoas consumirem tanto refrigerante, em vez de um suco natural de limão e/ou de laranja por exemplo! Aqui não entra um simples hábito e sim o que ele acarreta, o poderio econômico que eu confiro a fabricante da coca-cola, pra citar uma empresa. Vamos inverter isso e dar poder a nós mesmos. Vamos fazer algo também e não só comprar produtos prontos e sermos reféns e escravos de um mercado pré-montado e moldado. O mesmo se refere ao consumo de entretenimento, futilidades e banalidades no lugar de cultura e conhecimento de verdade.

O que fazemos não pode ser para prestar contas à homens somente e sim à Deus, o Pai Eterno. É ele que aprova ou não o que fazemos ou deixamos de fazer. E é por isso que devemos lutar incansavelmente pela agricultura natural em sua essência, pois ela procede da origem do surgimento do mundo para dar vida e sustento aos seres e não de uma artificialização e prostituição da natureza, somente para alimentar a cobiça e a ganância de uma minoria.

 

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