Como uma Pré-Histórica

Como uma Pré-Histórica

Assistindo atentamente a diversas reportagens sobre o assunto, e o assunto que não saiu da mídia nesta semana foi o pedido de pausa nos experimentos com a Inteligência Artificial (IA), muitas e muitas preocupações me tomaram a mente. Mas a primeira delas foi a possibilidade do nosso tão usado e essencial Google ir parar, com tamanha mudança, na cova mortuária juntamente com seus ancestrais como a enciclopédia, o catálogo telefônico (famoso páginas amarelas que todos tinham em casa) e o dicionário. Assim como os telefones públicos e suas fichas, as fitas cassetes e os DVDs, os LPs, entre muitas outras coisas que estão todos reunidos numa cova chamada passado.

Será que a IA vai engolir o Google e de uma hora para outra estará extinto, assim como o saudoso Orkut? Ainda me lembro do Orkut com carinho, meus melhores momentos estavam registrados lá e do nada acabou. Hoje só está nas minhas lembranças, pois a máquina fotográfica digital da época também corrompeu as informações do meu cartão de memória, o que me faz não ter mais registros de quase 10 anos da minha vida! Os melhores! Se foram junto com a tecnologia. Que saudade da Kodak e seus filmes que precisavam revelar…


E assim pensei, o que mais vai mudar? O que mais vai se extinguir?
Eu conversei com uma IA e ela fez uma poesia para mim. Pensei, pronto! Meu trabalho como escritora vai ser engolido também! Me bateu a mesma preocupação que está rodeando a cabeça de diversos pensadores atuais. No livro Homo Deus, do pensador Yuval Noah Harari, ele menciona sobre o quão a relação entre os homens e as máquinas podem se tornar complexa a ponto de desafiar a compreensão humana atual. Para ele o transhumanismo trará mudanças tão significativas que será necessária uma revisão sobre a ética e moralidade humana, principalmente se as máquinas se tornarem conscientes e começarem a questionar seu próprio lugar no mundo. Ou seja, estamos vivendo o próprio futuro agora.
Mudanças e progressos significam coisas boas? Creio que sim! Sim na minha pequena opinião. Sim, claro que sim quando penso nas inúmeras possibilidades que o ser humano tem para adquirir novos conhecimentos e criar novas tecnologias que nos auxiliem no dia a dia.
Substituir o velho pelo novo é bom? Na minha pequenina opinião, nem sempre.
Por que não co-habitarmos juntos? Por que um substituir o outro?
Por que o novo engolir o velho?
A primeira resposta é óbvia demais e justifica muita coisa, porque o nosso bom e velho capitalismo não admite prejuízos e a lei da oferta e da procura obriga com que as coisas antigas saiam rapidamente fora do mercado, para evitar o prejuízo e aumentar as vendas.


E até quem, como eu, prefere preservar o antigo, não pode, pois quando uma peça quebra você não encontra mais outra no mercado para consertar e então é obrigado a adquirir a tecnologia mais recente.
Soube que meu carro parou de fabricar, em pouco tempo já não encontrarei peças dele para repor, caso quebre. O que me traz um enorme sofrimento porque este carro me serve perfeitamente bem. Não quero outro, assim como eu queria ter meu orkut de volta. Mas outra pessoa no meu lugar pensaria imediatamente em vender logo este carro, para também não ficar no prejuízo financeiro e não se sentir socialmente desatualizado.

Mas eu amo coisa velha! Comprei um Kindle, mas não consigo usar. Pensei que fosse o fim dos livros, mas não. Ainda bem!
Prefiro me atualizar sem perder a essência.
Ah se o mundo fosse ainda assim…

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