CHARLATANISMO NA FILOSOFIA?

CHARLATANISMO NA FILOSOFIA?

CHARLATANISMO NA FILOSOFIA?

A filosofia é para ensinar a pessoa a ter independência no pensar e, não para criar dependência em ideias de pensadores que pensaram de maneira independente.

A informação deve ser absorvida, mas não tida como conhecimento. O conhecimento é a transformação da informação em algo pessoal.

Filósofos não argumentam em nome de outros filósofos. Argumentam com base em suas ideias. Informação e conhecimento são distintos. Enquanto aquela vem de outrem, este vem do solipsismo; do individualismo único da pessoa, adequando o que recebeu como informação ao que compreende pela totalidade que tem em seu processo mental.

Filósofos não são “ianos”. Filósofos são pensadores. Filósofos “ianos”, se é que podem ser chamados de filósofos, são repetidores do que já é sabido e, normalmente, repetidores de informações conturbadas.

O filósofo somente o é quando se assume como principal responsável pelas suas convicções e argumentações, sem transferir as ideias de outrem às suas convicções e afirmações, fazendo com que sejam valorosas pelos já sagrados nomes da Filosofia. Se um filósofo consegue convencer pela argumentação de outrem, deve se aceitar como repetidor de Filosofia. Jamais poderá ser um filósofo. Um filósofo convence pelas próprias convicções e argumentações plausíveis. Passíveis de serem experimentadas pelos críticos para que estes concordem ou não. Um filósofo não pode ser um sofista, que usa argumentos de filósofos já consagrados, para ser aceito como filósofo, como se dele fosse a argumentação. A aceitação, neste caso, é para a teoria do outro e, não para o que pensa ser filósofo. Este é apenas um instrumento ideológico, transferidor da mesma ideologia, seja ela qual for.

A perdição da filosofia está exatamente na proibição da argumentação como elemento principal. Valoriza-se mais o pseudo saber sobre o pensamento de outrem do que a argumentação do filósofo.

“Pobres neo-filósofos”… que pensam que saber pensamentos de filósofos é ser filósofo.

Filosofia não se sabe, se faz. Aprende-se, modifica-se, descobre, descobre-se e cria. Cria para passar pelo mesmo processo, pelo próprio criador e/ou por outrem.

Qualquer coisa diferente a isso é mera cópia de ideias. É o negar-se em nome do “Eu” alheio.

Um filósofo não pode e nem deve aceitar que as suas ideias sejam valorosas ou desvalorosas por análises objetivas acadêmicas. A Filosofia não é para academia, mas para o bem-viver. A Filosofia em si não produz tecnologia. Ela precisa ser livre para a criatividade permitir novas coisas, ideias e revoluções. Sem parâmetros limitadores do pensar livre, mas sim, éticos. Saber o que disse esse ou aquele pensador é fundamental ao filósofo professor, que irá fortalecer as mentes dos futuros filósofos. Quando aprenderem sobre os outros, devem filosofar, cada um, por si.

Em verdade, um filósofo só o é quando consegue questionar teorias postas, por mais que pareçam inquestionáveis. Comumente acontece do filósofo sofrer críticas de pessoas que nem filósofos são, pela ação filosófica necessária que não possuem. Somente será filósofo quem romper com esta submissão tida por quem filósofo não é.

Como são cruéis as especializações em Filosofia, transformando a arte da criação e questionamento, em bitolação e repetição com viés doutrinário.

Parece que a Filosofia é algo que qualquer um pode transmitir. Não! Filosofia, como qualquer outra área, depende de formação e libertação para prosseguimento profissional, buscando elementos para usá-la como potência, pois em si, ela não transforma. A Filosofia necessita do mundo, das coisas, das ideias, para nestas coisas trabalhar.

Se alguém em determinada área filosofa sobre tal área, ele não se torna um filósofo, mas um pensador; um filósofo específico daquela área. Não é um profissional da Filosofia. Um pensador do Direito é um filósofo do Direito e, não profissional de Filosofia, pois não a conhece; um filósofo da sociologia não é um filósofo profissional, pois não conhece Filosofia para tanto. Isso em qualquer outra área.

Temos grande número de filósofos especifistas pensando serem filósofos profissionais e, até mesmo, lecionando as suas barbaridades, que entendem ser a Filosofia. Como os conceitos são conturbados por estes pseudo filósofos. Nietzsche se torna sociólogo; Freud se torna filósofo; Marx se torna assassino; Platão se torna fantasioso, pela incompreensão dos pré-socráticos; filósofos patrísticos, como Agostinho e Tomás, se tornam bitoladores, pela incapacidade histórica necessária à compreensão destes pensadores; pensadores de áreas específicas se tornam filósofos, segundo o entendimento de pseudo filósofos; sociólogos e filósofos são comparados como coisas idênticas, dentre outras barbaridades.

Usar Filosofia, usar argumentações filosóficas, não torna alguém um filósofo profissional.

O filosofar é livre a qualquer um. O falar por si é filosofar e até mesmo mais propenso a transformar alguém em um filósofo do que ser uma pessoa no estilo “iano”. O que não torna alguém um filósofo, é ele usar de argumentos alheios para se sustentar ou, pior, conturbar ideias complexas e aplicá-las em suas ciências como se fossem reais as ideias, no sentido de manterem a essência; a teleologia da teoria.

A Filosofia para ser respeitada, necessita ser retomada dos aventureiros pelos filósofos, quando matéria a ser ensinada.

O filosofar é livre, mas o filósofo profissional precisa de formação profissional, como qualquer outro. Se um filósofo fizer especializações na área da saúde, nela não poderá atuar; se fizer especializações na área jurídica, nela não poderá atuar. Então, por qual motivo estes e tantos outros podem atuar lecionando Filosofia? Isso é apenas um reflexo da fragilidade do nosso sistema educacional; da pouca importância na qualidade do ensino.

Se existem bons professores de Filosofia que são apenas especializados? Sim, existem, tal como bons filósofos que, de maneira autodidata ou por especializações, são excelentes matemáticos, mas nem por isso têm permissão para trabalharem como engenheiros.

Se há exigência de formação para atuação, que haja igualdade para todos neste sentido.

Mudanças em parâmetros de especialização necessitam acontecer, no que se refere a permissibilidade na atuação de pessoas, pelas suas especializações, como suficiente para a atuação profissional.

E a pergunta: um filósofo pode existir sem ter se formado em Filosofia? Já foi respondida, quando dito que existem filósofos especifistas, isto é, que detêm conhecimento em determinada área, filosofando sobre ela. A junção de todo o processo filosófico histórico, desde o período mitológico até a atualidade, é a Filosofia profissional e, esta, somente existe com formação específica.

Autor: Carlos Alexandre Costa Leite

 

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