Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Calúnia”.
Calúnia, aquilo que é tão frequente nas fofocas, na empresa, na universidade, na família. Tem origem em latim, que é a calumnia, o antepositivo para “trapaça”, aquilo que faz enganar, aquilo que dribla a percepção do que seria verdadeiro.
A calúnia não é estranha ao nosso modo de viver juntos. Fala-se com muita facilidade de outras pessoas, fazendo com que a calúnia ofenda, ameace, magoe e vitime muitos.
No mundo das celebridades, caluniar, levantando uma acusação falsa, embora apareça o campo do Direito como algo a ser judicialmente recusado, tem uma certa aceitação que não deveria tê-lo.
O Talmud, um livro essencial da tradição judaica no qual rabinos registraram coisas importantes no usos e costumes éticos, diz que a língua que calunia mata três ao mesmo tempo: mata aquele que profere a calúnia porque o diminui; mata aquele que acolhe a afirmação perversa, que acaba sendo conivente; e marta a vítima inocente, isto é, uma morte simbólica, que degrada, que diminui, que torna imunda a relação.
A calúnia não deve ser repudiada apenas por uma questão de boa educação, de etiqueta, mas para evitar que aquilo que, não sendo verdadeiro, seja colocado – ainda que agrade a fofoqueiros.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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