Enquanto lá fora o silêncio toma conta, mudando rotinas e calando as cidades, internamente o burburinho está intenso. Caminhamos em terreno desconhecido criando fantasmas gigantescos e inimigos invisíveis.
Alimentamos o medo, a discórdia, a revolta e damos corda ao efervescente pânico.
Queremos conhecer os culpados para minimizar nossa responsabilidade. Mas hoje, nesse momento, no agora o problema é todo seu, todo meu e nosso, independente de quem começou a tragédia.
E aí você se pergunta, como posso resolver algo tão maior que eu? Afinal quem sou eu na fila do pão?
E é o próprio momento que te responde, que você não é ninguém na fila do pão, mas a solução passa por você, por sua família, por seu vizinho e todas as pessoas que você conhece ou não.
A sociedade constrói o peso, o tamanho e a proporção que cada catástrofe pode tomar. A sociedade estabelece a culpa, alimenta o medo e regula as relações. E nós somos a sociedade, assim cabe a cada um amenizar os danos dos momentos de dor e incertezas, diminuindo as fofocas, desmistificando os excessos, sendo coerentes e honestos, não tirando proveito da dor de ninguém.
Cabe a nós a empatia, a simpatia, as ações humanas, os caminhos suaves e cheios de resgate.
Estamos cheios de informação, sabemos o que fazer, conhecemos prevenções até inventadas, temos todos os instrumentos disponíveis para acessar qualquer informação.
Somos almas desprotegidas quando não cultivamos a fé. A fé em Deus, a fé no ser humano, a fé em nós mesmos. Carecemos de fé raciocinada e até da fé cega, desde que nos impulsione para o bem e para a paz.
Estamos criando uma atmosfera de desalinho irrecuperável se ao invés de falarmos de cura, nos debruçarmos apenas na doença e na morte.
Hora de baixar o decreto de humanidade, pois o de calamidade já foi baixado muitas vezes. Hora de silenciar o excesso de notícias repetidas, de silenciar os compartilhamentos inúteis, as mensagens apavorantes, engraçadas e deturpadas. Hora de silenciar o burburinho interno para ouvirmos o retorno do universo que trabalha pelo equilíbrio e pela paz.
Hora de sermos apenas o outro, pois sendo o outro construímos a nós mesmos.
Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”
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