BREVES COMENTÁRIOS INSTIGADORES SOBRE ASPERGER

BREVES COMENTÁRIOS INSTIGADORES SOBRE ASPERGER

BREVES COMENTÁRIOS INSTIGADORES SOBRE ASPERGER

A condição de Asperger é uma comum condição humana. Não é um transtorno e, tampouco um problema. Se uma pessoa Asperger tem problemas, é como qualquer outro Ser humano, implicando que não refinou as suas condições humanas comuns. Há, então, a necessidade de adestrar-se pelo que é para o que precisa e deseja, no meio em que está inserido.

De tantos hominídeos que hoje sabemos terem existindo ao longo da História, características genéticas distintas são inevitavelmente existentes.

A condição de Asperger nos parece ser uma condição em que a racionalidade é fundamental à percepção e existência no mundo. Quando os não Aspergers questionam a condição de uma pessoa Asperger, estão se colocando em defensiva, como qualquer outro Ser humano, buscando a sua autopreservação.

Todos os Seres humanos necessitam de fugas, para que o viver se torne menos penoso. Uma pessoa Asperger não é diferente. Ela também precisa de tais fugas, mas sempre necessita de motivos. Se um Asperger gosta de estar em meio à natureza, ela compreende que está beneficiando a saúde com a caminhada, beneficiando-se biologicamente com as condições ambientais favoráveis à saúde e, também, descansando as percepções sensoriais, comumente refinadas nas pessoas com Asperger.

Uma pessoa Asperger necessita de interações, como qualquer outro Ser humano. No entanto, de interações reais e profundas. Não é mera troca de gestos, imagens, sons e outros elementos meramente sensoriais. Uma pessoa Asperger necessita envolvimento profundo, que se caracteriza nas compreensões das recíprocas transmissões de informação, existentes em uma interação humana.

Uma pessoa Asperger é comum e injustamente classificada como sem empatia. A empatia não é estar no lugar do outro, o sendo, pois tal coisa é impossível e, por este motivo lógico, a empatia de uma pessoa Asperger é mais refinada que um mero jargão. A empatia é a percepção da situação do outro em si, buscando-se compreender o que o outro é, dentro das possibilidades das percepções e entendimentos do observador, que é o Asperger. Com a observação do que o outro é, com base nas próprias experiências, o Asperger busca perceber-se em igual situação, tentando enquadrar o que percebe no Ser do outro e busca encontrar uma solução racional. As emoções de um Asperger não se manifestam em gestos exagerados e sons que chamam a atenção, tal como os comuns pedidos de ajuda ancestrais de nossa espécie, mas sim, busca auxílio em si para executar e, quando necessário, busca auxílio certo em outrem, de maneira clara e objetiva, levando aos desavisados uma aparente falta de empatia, apenas por não se entregar às pulsões de pedido de auxílio comuns à espécie, manifestados em exageros sensoriais. Com tal raciocínio lógico, o Asperger age da forma mais racional possível, visando auxiliar a quem possa estar com algum problema, mesmo que fora dos padrões comuns conhecidos como empatia que, comumente, se materializam em ações desordenadas que podem piorar a situação de quem tem a necessidade de auxílio.

Aquilo que é caracterizado como falta de expressões em uma pessoa Asperger, em verdade é o não desespero ou pânico para reagir a algo, por compreender de pronto as ações e medidas preventivas a serem tomadas, caso as reações percebidas racionalmente como corretas, falhem, por sofrerem influência de alguma força externa.

Um Asperger sente, e sente muito! Mas o fato de compreender que gritar e pedir auxílio a quem não pode auxiliar, implica em envolver mais pessoas em uma situação, comumente a fazendo mais complexa e mais difícil de ser resolvida.

Um Asperger percebe o que as pessoas querem, sim! Percebe as intenções, inclusive. Não é um insensível e, tampouco um tolo. Uma pessoa Asperger não consegue compreender, em princípio existencial (infância), as motivações de determinadas potências que se manifestam em gestos de outrem. A inocência de uma pessoa Asperger se pauta na incompreensão de premissas que levam a uma possível ação, que pode ser danosa a ele ou a outrem. Uma pessoa Asperger que não se refinou para o mundo e suas condições minoritárias comportamentais, por não conhecer que existem potências ancestrais que regem inconscientemente os Seres humanos e todas as espécies existentes em nosso planeta, acaba se tornando alvo fácil de pessoas com más intenções, tal como pode sofrer crises reais de desespero ou pânico em casos mais sérios, pois a percepção de incapacidade de materializar o racionalmente óbvio, deixa a pessoa Asperger à mercê das pulsões ancestrais de autopreservação, tal como qualquer outro Ser humano sem respostas aos problemas que se apresentam. Como buscamos, como Seres humanos de maneira geral, sobrepormos o Consciente ao Inconsciente, percebendo que o Consciente não é útil, o pânico ou desespero se tornam mais intensos, pois há um envio de informações conscientes ao Inconsciente, de que ele, o Inconsciente, é o único elemento aplicável, mesmo que em um breve momento.

Como todos os Seres humanos são regidos por potências atávicas de autopreservação e, intrínseca a esta autopreservação está a necessidade de compreensão, quando não há esta última, as reações de luta ou fuga se manifestam, em crises de desespero ou pânico pela incapacidade de compreender determinadas situações. A autopreservação se pauta no conhecimento, pois este, demonstra o que é e o que não é ameaça. Sabendo o que é ameaça, também se sabe como lidar com a coisa, bastando raciocinar profundamente sobre. Na ausência de conhecimento sobre a coisa, o ancestral social se manifesta, com gestos e sons de desespero, tal como de reação a aproximações e contatos que não sejam compreendidos como seguros.

Uma pessoa Asperger não precisa de limitações nem de medicações. Precisa de conhecimento sobre causas e efeitos. Com isso, ela se assegura e aprende a conviver perfeitamente, mesmo com as percepções sensoriais, comumente refinadas. Uma pessoa Asperger somente precisa de informações, para as transformar em conhecimentos e em Conhecimento. São pessoas independentes e de relações profundas, por compreenderem que relações de mero contato e de estar em presença, não implicam em trocas emocionais e racionais verdadeiras e seguras e, por isso, percebem que há sempre algum perigo. Por isso se afastam e evitam contatos, pois como qualquer Ser humano, são regidos por pulsões ancestrais inconscientes de autopreservação.

O contato físico com um Asperger não é problema, se quem o toca é compreendido como pessoa segura. Não há como compreender a proximidade de alguém que não se sabe quem é ou o que deseja, sem se sentir desconfortável, principalmente pelo fato do Asperger ser comumente alvo de críticas. Pela racionalidade, compreende que quem o critica deve se manter mais afastado, por ser potencial ameaça e, os estranhos, pelo hábito de sofrer críticas, também se tornam potenciais agressores. Agressão física, emocional, moral… todas as possibilidades, dependendo da situação e de cada pessoa, são pressentidas por uma pessoa Asperger, pelo que ela é (biologicamente) e pelo que a fazem ser (comportamentalmente), pois os meios não conseguem perceber que pessoas racionais e profundas sejam tão ou mais emocionalmente ativas que qualquer pessoa considerada normal. Os grupos considerados normais foram doutrinados a compreenderem que uma pessoa se demonstra emocionalmente ativa, dentro da normalidade que creem, se forem eufóricas e desordenadas em suas ações emocionais. Para uma pessoa Asperger, as emoções acabam sendo mais intensas, pois são retidas e liberadas em condições que julgam favoráveis, exatamente para não gerarem danos a si e a outrem. Sim, empatia! E quando acabam sendo forçadas a liberarem as suas emoções de maneira não predeterminada por eles, acabam sendo extremamente intensos, pois são reações a provocações externas muito potentes e, comumente, compreendidas como ameaças.

A confiança do Asperger na incapacidade de um outro Ser humano o fazer mal, por ele perceber os gestos, mas não os motivos, com o tempo, pode o fazer se sentir ameaçado constantemente, pois os gestos deixam de significar algo neutro ou bom e acabam significando ameaça, pelas experiências. Um Asperger não consegue, no início de sua vida, perceber o que é ou não uma brincadeira, pois necessita perceber o simplesmente lógico, antes do simbólico. Por isso, na infância e até mesmo na adolescência, uma pessoa que dá um sorriso, mesmo que com segundas intenções, para um Asperger seria um gesto de amizade e, não de tentativa de conquista para promover uma ação maldosa contra o Asperger.

A questão que não é comumente analisada é que todas as crianças são Aspergers em potencial, pois acreditam sem fazerem leituras comportamentais. Os Aspergers têm um algo mais, que é o conflito entre o perceber o que a pessoa deseja de fato, e o que ela afirma querer, em contrário. É a razão em conflito latente com as pulsões de preservação. Se alguém arrastar uma criança pelo braço para um matagal, com força, bem possível que ela irá gritar, mesmo que o agressor diga que é para uma coisa boa, como mostrar um animal. O Asperger ficaria em conflito sobre o que está acontecendo e sobre o que está sendo dito, podendo perceber o que está sendo dito como real e, assim, se tornar vítima, vindo a gritar quando algum mal começar a se materializar.

Percebamos que o que falta ao Asperger é informação. Ele deve ser cientificado dos perigos e males da condição humana comum, tal como das coisas boas. Uma pessoa com Asperger refletirá e encontrará as reações adequadas, a partir de então.

Racionalidade é o problema do Asperger. Problema? Para uma sociedade diferente da razão em suas ações, mesmo falando sobre autocontrole e racionalidade de formas extremamente vazias, ser racional é errado.

As emoções de um Asperger são inexistentes ou mínimas, como insistem em afirmar? Não! Um Asperger tem tantas emoções e sentimentos empáticos tão ou mais que qualquer Ser humano. Ele apenas compreende que gritar, esbravejar, fazer barulho, reagir inadequadamente a um resultado proveitoso, é perda de tempo. Um Asperger irá sentir consigo. A só. Se tiver de chorar, irá chorar, mesmo que internamente, pois sabe que as lágrimas não irão auxiliar a quem precisa. E sim, isso destrói um Asperger, pois por ser racional, já compreende que não poderá fazer mais coisa alguma, diferentemente de pessoas ditas normais, que ainda buscam fugas para se sentirem em uma existência menos insuportável, tal como orar, pensar positivo ou até mesmo tentar ações, contando com a sorte. O aspecto místico das orações pode ser utilizado por uma pessoa Asperger, mas com o passar do tempo, ela começa a perceber que não é um instrumento realmente útil, quando o direcionamento é para resolver problemas em outrem, pois em si, o crer pode enganar o compreender, levando consolo emocional, mesmo que temporário. Cada Asperger tem a sua forma de lidar com isso, de acordo com os meios que foi formado e com as tantas intensidades que os aspectos religiosos são apresentados e até mesmo impostos no mundo inteiro, em suas diversas formas. Em idade adulta, não é comum a uma pessoa Asperger ser intensamente submissa a preceitos religiosos, mesmo que seja interessada pelo assunto. Se for ligada mais profundamente, tem compreensões racionalizadas dos dogmas, que é algo frágil e pode mudar a qualquer momento, dependendo das experiências e meios que o Asperger vier a conhecer.

Se uma pessoa dita comum presenciar alguém saltando de um prédio, tende a gritar, rogar a algum deus, correr para perto e gritar por auxílio, mesmo tendo certeza que a pessoa está morta. Um Asperger compreenderá que não há mais vida na pessoa e, por isso, seguirá o seu caminho, com aparente tranquilidade no olhar. No entanto, em seu íntimo, se entristecerá pelos tantos motivos e consequências ligados àquele fato. Irá refletir sobre o que poderia ter levado a pessoa a cometer tal ação, tal como refletirá sobre as pessoas que irão sofrer com a perda da pessoa. Se um Asperger perceber que aquela pessoa que se matou deixou filhos em dificuldade, irá buscar auxiliar, pois sabe que necessitam e compreende que não é uma situação agradável a que os filhos deixados passam. Comumente, uma pessoa dita comum, seguirá desabafando sobre o feito do suicida, fazendo coisas que crê úteis, como rogar a deuses diversos ou até mesmo auxiliar os possíveis filhos deixados, mas com a necessidade de demonstrar ser uma pessoa boa socialmente, implicando em publicidade das ações. Diferentemente, uma pessoa Asperger age às escondidas, pois não quer atrair curiosos, aproveitadores e críticos, que são, necessariamente, ameaças. Pessoas que irão perturbar a paz da pessoa Asperger, mesmo que com manifestações de opiniões desnecessárias e, não incomum, banhadas em imbecilidades diversas.

Uma pessoa Asperger, comumente sofre diversos ataques ao longo de sua vida e, por isso, empatia é a sua especialidade. Aspergers não são bons em fazer escândalos e barulhos para chamarem a atenção, até por saberem que tendem a ser criticados por alguma coisa. Aspergers não são monstros sem empatia. Ao contrário! São pessoas absolutamente empáticas, mas que se desvinculam da necessidade de demonstrarem as suas emoções, pois compreendem racionalmente que as suas emoções somente podem ser controladas por ele e que elas, também, não auxiliarão em coisa alguma, se forem utilizadas sem a devida quantidade de racionalidade no controle. Comumente, emoções soltas atrapalharão.

Um Asperger é com um anjo da guarda, para os que creem nisso, que age sem aparecer. Deixam as aparências para os “normais”.  

Aspergers não são antissociais, mas sim, seletivos. Socializar implica em troca de informações que sejam compreendidas e que enriqueçam os participantes de uma interação. Aspergers, por serem racionais, aprendem a estarem muito bem com os seus pensamentos. Ao contrário das pessoas passionais, que necessitam de fugas para não serem atormentadas pelos pensamentos pulsionais.

Um Asperger não quer estar em meio a grandes grupos, pois não há trocas intelectuais, mas sim, presença de pessoas que não interagem ou que fazem interações não enriquecedoras, em meras fugas de si, usando outrem como mero instrumento para benefícios pessoais.

Ser sociável não é estar em meio a grandes grupos; não é conseguir conversar com qualquer tipo de pessoa; não é conseguir participar de qualquer meio… ser sociável é interagir profundamente com pessoas que se proponham a fazerem o mesmo. Trocam informações, entendem compreensões semelhantes e distintas, mas conhecendo as motivações.

Um Asperger é extremamente sociável, pois é seletivo e profundo nas interações. Não precisa de trocas de ruídos, imagens e gestos para fugir de seus pensamentos, pois se diverte com eles. As dúvidas levam ao conhecimento e, tal coisa é divertida e gratificante a um Asperger, pois busca respostas, hiperfocando o pensamento em coisas positivas e agradáveis, mesmo que sejam os conflitos racionais e emocionais em busca de respostas. Basta adestrar-se a não ser escravo do hiperfoco. O hiperfoco não é a mesma coisa que um vício. O vício tira alguém da realidade, pois a incapacidade de respostas aos problemas leva ao sofrimento e, evitar tais problemas implica em fugir deles. O hiperfoco, diferentemente, busca levar a compreensão sobre os problemas. É o enfrentamento e não a fuga. O hiperfoco não é uma dependência para acalentar emoções intensas, mas sim, ferramenta para controlar tais emoções pela informação. Hiperfoco é uma nomenclatura errônea, que denota excesso de foco, que seria o considerado adequado. No entanto, devemos tratar hiperfoco como uma capacidade de foco mais refinada e intensa, que visa resolver questões. Questões que por serem mais complexas, não seriam, em tese, resolvidas pelo foco comum, pois este, impede que haja continuação, quando as questões se tornam excessivamente complexas e fora dos padrões. O hiperfoco cria padrões e aceita desafios. O hiperfoco bem canalizado é uma ferramenta absolutamente capaz de ir além do foco comum, mas também de perceber que em determinado nível, não há mais o que ser compreendido e, assim, estabelece um parâmetro, pois comumente são percebidas possibilidades que podem ser descobertas e melhor utilizadas no futuro, mesmo que distante e por outras pessoas. Que falta de empatia deixar algo bem encaminhado a alguém (sarcasmo).

O hiperfoco de uma pessoa Asperger é a capacidade de se entregar a uma atividade, desde o início até a sua consecução, com resultado nada menor que impecável. Hiperfoco não é um vício; uma condição que afasta o Asperger do mundo. É uma condição de concentração na busca de execução perfeita de uma tarefa. Uma pessoa que trabalha racionalmente, segue parâmetros e hierarquia de ações, até o término do propósito. O Asperger é assim. Quando percebe algo que o atrai, quer conhecer a fundo e se dedica profundamente. Tal coisa se torna problema se não houver o refinamento das condições preexistentes na pessoa. Tal como uma pessoa considerada normal, se não forem definidos parâmetros no desenvolver educacional da pessoa, ela terá problemas pela má formação comportamental e, não pela sua condição genética de refino sensorial e maior atividade neural, em aspectos cognitivos.

As percepções sensórias de uma pessoa Asperger são comumente mais refinadas. Audição e visão, comumente, são as mais comuns de serem mais latentes. Um Asperger não escuta mais, mas escuta com mais qualidade. Isso implica que não é um alcance auditivo maior, mas uma percepção de sons envolvidos mais refinada. Seria como ouvir a mesma música no volume dez em mono e em super HD. O excesso de sons a serem interpretados, em concomitância com a necessidade racional de compreensão das coisas, se torna desconfortável a um Asperger. Tal desconforto pode ser superado, com autogestão, mas sempre será perturbador quando a pessoa com Asperger está em hiperfoco executando uma tarefa, pois o refinamento auditivo, levará confusão no raciocínio hiperfocado em uma tarefa, atrapalhando que ela seja executada com a excelência comumente exigida por uma pessoa Asperger. Isso cria extremo estresse no Asperger, em diversos níveis. No entanto, podemos perceber que tal coisa perturba qualquer pessoas e, logo, o Asperger é mais perturbado, por ser sensorialmente mais sensível e mais focado em suas tarefas.

Por qual motivo um Asperger, comumente, não gosta de carnaval, mas comumente gosta de estar em meio a natureza e de animais? Os sons, o movimento e a total falta de interação, junto a ações pulsionais e irracionais criam grande desconforto a um Asperger, que é algo comum em eventos carnavalescos. Em contrapartida, estar em meio à natureza, conseguindo ouvir e definir sons, é extremamente prazeroso. Percebem-se as coisas da natureza e reflexões sobre se tornam comuns. Os animais são objetivos, mesmo agindo pulsionalmente. Perceba-se que o Asperger é objetivo e, por isso, se dá bem com animais, pois estes, demonstram comumente o que querem em relação a uma pessoa. Em casos de dúvida, logo se resolvem, pois um animal se demonstra amistoso ou não em suas ações.

Injustas são as afirmações de Aspergers serem difíceis em relacionamentos. Em verdade, Aspergers são extremamente fáceis, pois demonstram o que são. Não se escondem e, não agridem verbalmente sem empatia, como afirmado em alguns casos. São reais. Demonstram às pessoas, em todos os relacionamentos o que são verdadeiramente. Compreendem que é melhor um rompimento do que uma continuação falsa e, por isso, mesmo que se sintam extremamente tristes, sabem que melhor é ser próximo de quem tenha cosmovisão semelhante e, principalmente, de estar próximo a pessoas que não finjam ser o que não são.

Uma pessoa Asperger não é uma máquina de falar verdades. Ela pode mentir e omitir como qualquer pessoa, desde que compreenda os propósitos. Por exemplo: se um amigo se desentender com alguém e perguntar, de arma em punho para o Asperger: onde está aquela pessoa? Mesmo o Asperger sabendo que a pessoa está na porta da rua, dirá que saiu correndo, pois sabe que mentir preservará a vida do amigo e da outra pessoa, pois sabe que a pessoa que está fora da casa, não oferece perigo. Inclusive, tendendo a ir pedir a pessoa para sair.

Um Asperger é gênio? Aspergers são hiperfocados em suas tarefas e, quem se dedica, de maneira correta, tem bons resultados. Talvez seja a genialidade que afirmam. Percebamos que tais afirmações de genialidade somente acontecem com matérias consideradas nobres. Se uma pessoa que nunca foi à escola, que reside em um local sem acesso a boa educação e informação for Asperger, encontrará meios refinados de resolver os seus problemas, consequentes das faltas comuns a tais lugares. No entanto, comumente não são tratadas como gênios, mesmo que se demonstrem mais eficientes nas tarefas comuns que a grande maioria. Logo, gênio é só um rótulo dado por quem não conhece dedicação profunda, pautada em percepções e compreensões racionais.

Uma pessoa é Asperger. Ela não tem Asperger. Asperger é uma condição existencial, comum à espécie humana. Somos a única espécie com refino intelectual em nosso planeta. Temos de aprender a controlarmos as nossas emoções, sem deixar de as sentir. Controlar pela razão. Isso é que é um Asperger. É um avanço no aspecto intelectual humano, ainda em desenvolvimento, se analisarmos abertamente.

Todo e qualquer Ser humano que não receba as necessárias informações educacionais, nas devidas proporções em cada fase existencial, variando enormemente em cada sociedade, se tornará perigoso a si e à sociedade. Aspergers são Seres humanos comuns, mas que necessitam de informações mais refinadas e lógicas em suas formações humanas, que variam em tempo e lugar. Se uma pessoa Asperger vier a se tornar má, dentro dos parâmetros comuns, tende a ser considerada extremamente perigosa, até mesmo uma “sociopata”, por focar naquilo que é danoso de maneira hiperfocada. Sim, Asperger são Seres humanos normais e, por isso, podem ser considerados bons ou maus, dependendo de como foram formados comportamentalmente. O diferencial é a excelência no que fazem e, no caso da maldade, podem demonstrar crueldade refinada.

Uma pessoa Asperger que possa vir a necessitar de alguma condição especial, não implica em uma deficiência, mas em uma, ainda, condição que a maioria da sociedade não compreende e, comumente, não respeita, exatamente por não compreender, na grande maioria dos casos. Grande refino sensorial pode prejudicar determinadas tarefas do dia, como sensibilidade extrema a luz, comum a muitos Aspergers. Sensibilidade extrema a sons, sem ter passado por um processo de autocontrole ou, mesmo passando, sendo muito incômodo, necessitando de atendimento especial.

Em relação à raiva que insistem em colocar como estigma nos Aspergers, a autopreservação leva à reação. Quando o sensorial, o emocional e o biológico são agredidos, a resposta agressiva é comum e inevitável, principalmente partindo de pessoas que prezam pela racionalidade. Por este motivo, os conhecimentos, enriquecendo o Conhecimento, leva ao autoconhecimento e à autogestão. Mesmo que um Asperger se incomode com provocações externas, sejam sensoriais ou humanas, se contêm normalmente, como qualquer outro Ser humano, dito normal. O processo de controle de um Asperger é mais refinado, porém, comum a qualquer Ser humano. Enquanto se ensina que um mais um formam o dois para uma criança dita normal, para uma criança percebida com Asperger, além de explicar que um mais um formam o dois, devem ser explicadas as aplicações de tal informação, com desafios proporcionais à criança Asperger, para que ela encontre novas aplicações. A contenção de tal condição perceptiva, também, é um grande fator gerador de emoções negativas, pois a criança se sente impedida de ser o que sente dentro de si, passando a se sentir diferente por ter que ser igual, sendo proibida de se manifestar além do comum. Tal exemplo leva a compreensão de que nem todo Asperger é gênio em matemática, pois se não perceber a utilização dos cálculos, sequer os aprenderá, podendo ser percebido, por exemplo, com déficit de atenção, até mesmo com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), pois a falta de aplicação racional e a agressão em cobranças, obrigando um Asperger a ser o que não é, leva a não aprendizagem e reações intensas comportamentais, como escape, hiperfocando em outras coisas, mesmo que aparentem inúteis e incompreensíveis a outrem. O mero ensino de dois mais dois pode fazer alguém que transformaria dois elementos em algo potencialmente útil à humanidade, em um futuro próximo, parecer possuir incapacidade intelectual, apenas por ser potencialmente mais apta a um processo cognitivo mais refinado.  

Asperger têm comumente dificuldade em falar. Demoram, gaguejam, ficam em silêncio e, comumente, costumam se irritar e/ou se constranger por existirem pessoas que debocham de tal condição. Tal dificuldade se resume em uma capacidade de raciocínio elevada. O falar é sempre mais demorado que o raciocinar. Uma imagem mental, em cada pessoa, define algo extremamente complexo de maneira simples a quem tem a imagem mental, mas que se torna algo extremamente complexo e prolixo quando falado ou escrito. Como os Aspergers são extremamente racionais e detalhistas, tendem a falar muito explicando as coisas e unindo diversos assuntos em um único raciocínio, para tentarem definir as suas imagens mentais complexas às pessoas. Em alguns casos, querem falar tão rápido como pensam e, por isso, se perdem, na fala. Aspergers podem ser excelentes oradores, apenas aprendendo a respirar melhor, falar mais lentamente e aceitarem que não necessitam ser excessivamente claros, a ponto de não deixarem dúvidas, pois a maioria das pessoas não foca em argumentações longas, mesmo que necessárias para os Aspergers que falam e que ouvem. É uma questão de autocontrole, mas que em alguns casos pode haver a necessidade de auxílio profissional. Não é incomum Aspergers imaginarem que pronunciaram algo, mas tal coisa ter sido apenas na mente e não ter sido falada. Tal coisa acontece em textos que, depois de escritos, os autores Aspergers percebem que muito do que pensaram ter escrito, estava apenas no raciocínio. É um comum conflito entre o raciocínio rápido e concatenado, que a fala comum não alcança, principalmente em nosso idioma tão complexo em significados e termos longos. Por isso, comumente, Aspergers são mais claros na escrita, pois a fazem no devido silêncio, para que se ouçam e, assim, serem mais incisivos e claros. Quando percebem os erros nos textos, os concertam. Não são interrompidos enquanto escrevem, como comumente enquanto falando. O escrever para um Asperger, comumente é mais utilizado na comunicação, por permitir maior clareza, excetuando-se os grupos que são bons ouvintes, não interrompendo. Nada incomum professores Aspergers serem considerados mais rígidos, não aceitando interrupções enquanto falam, para não se perderem em seus raciocínios complexos e que acabam sendo difíceis de serem transmitidos a qualquer pessoas. Asperger com profissões que necessitam do falar, comumente não aceitam interrupções e acabam sendo tratados como muito exigentes, grosseiros e chatos, simplesmente por buscarem a excelência em benefício dos ouvintes.

Outra dificuldade para Aspergers no falar são as interrupções. Raciocínios complexos e rápidos não podem ser acompanhados pela fala, como supramencionado e, quando complementados por respostas a indagações no meio da fala, atrasando a mesma que já não acompanha o raciocínio, se torna algo extremamente desconfortável a um Asperger. O desconforto aumenta quando as interrupções são desrespeitosas ou que se seriam sanadas ao longo do raciocínio. Por isso, muitos Asperger que falam às pessoas pedem que não sejam interrompidos. Não é arrogância, é um mero pedido de compreensão e respeito, na tentativa de se expressarem melhor. Um Asperger que tem um raciocínio claro contestado racionalmente, consegue compreender que o outro percebe distintamente o algo em debate, mas quando é visivelmente agredido por argumentos falaciosos, tende a desistir e sair do local, pois compreende que é perda de tempo argumentar. Não é agressividade ou desprezo, mas mera compreensão de que os seus esforços serão inúteis e, a racionalidade de um Asperger não o permite desperdiçar energia intelectual. No entanto, se for agredido, um Asperger por compreender que deve se preservar pode, sim, ser tão ou mais agressivo, inclusive fisicamente, que qualquer Ser humano. Por serem racionais, os confrontos físicos são sempre a última coisa que querem, mas compreendem que são parte da existência humana e, compreendendo que são inevitáveis, não terão arrependimento se machucarem ou até mesmo matarem um agressor que prometia o matar. Um Asperger não é um monstro agressivo, mas apenas um Ser humano que calcula minuciosamente a necessidade e inevitabilidade de reação física e, percebendo ser a única alternativa, não tem motivos para ficar se lamentando posteriormente, mesmo que haja casos em que elementos posteriores podem surgir, depois de uma agressão, levando a emoções de tristeza comuns a qualquer Ser humano, mas sem arrependimentos, pois o Asperger sabe que foi necessária a sua reação. É muito mais fácil uma pessoa considerada normal se tornar fisicamente violenta que uma pessoa Asperger. As pessoas Aspergers evitam, incessantemente, os conflitos físicos. Imaginemos uma situação em que um Asperger, sendo assaltado por alguém sob efeito de alucinógenos, percebe que irá ser morto. O Asperger revida e consegue tomar a arma do agressor e inevitavelmente atira nele, pelo fato de dois comparsas começarem a atirar. Para sobreviver, necessitou atirar, mesmo que planejasse render o agressor, enquanto pensava ser apenas um. O Asperger tende a não se arrepender de tal ação. Mas imaginemos que o morto fosse pai de uma criança de dois anos, inocente, e que o “assaltante” nunca havia cometido um crime. O Asperger sente a tristeza da perda de um Ser humano que se perdeu por um momento; sente pela criança que perdeu o pai, mas não se arrepende do que fez, pois racionalmente sabe que era a única forma de se preservar. Este é o domínio sobre as emoções que qualquer Ser humano pode ter, mas que um Asperger consegue de maneira mais fácil e mais refinada, em muitos casos, mesmo que um Ser humano dito comum possa superar tal controle, se trabalhar para isso. Um Asperger sentirá profunda tristeza por saber que coisa alguma poderá fazer por tal criança, no sentido de trazer o pai novamente à vida, pois até o presente momento, a morte é irreversível. No entanto, não sentirá remorso por ter tirado a vida de alguém que tiraria a sua vida, caso não revidasse. Saberá que é um conflito de emoção e razão que deverá carregar por toda a sua vida e, por isso, aprenderá a não ser dominado por ele, pois se for, como qualquer outra pessoa, necessitará de auxílio profissional para a superação do trauma.

Um Asperger consegue, sim, ficar em meio a sons altos, em muitos casos. Os sons perturbadores são os que não estão sob o seu controle, ou que atrapalhem o seu hiperfoco. Se um Asperger gosta de música eletrônica ou rock e quer aquilo no momento, seja executando outra tarefa ou meramente ouvindo a música, será prazeroso a ele. O som não perturba tanto quanto a definição do mesmo. Sendo definições agradáveis, o prazer é até maior que de uma pessoa dita normal, ouvindo a mesma música. No entanto, se houver hiperfoco onde sons atrapalham, mesmo que sejam sons comumente agradáveis em outros momentos, se tornam perturbadores. Por exemplo, um Asperger que quer produzir um texto filosófico e o vizinho começa a ouvir uma música que o próprio Asperger gosta. O som incomoda por tirar o foco do texto, inclusive, por transferir o foco do texto ao foco na música, que é prazerosa, mas não bem aceita naquele momento. 

Um Asperger é um conjunto genético (genótipo) que leva a um fenótipo de percepções sensoriais mais refinadas, tal como de condições neurológicas mais ativas, no que se refere aos processos cognitivos. No entanto, sem nenhuma alteração humana distinta a isso. Inclusive, muitas pessoas sem as percepções sensoriais mais aguçadas acabam sendo Aspergers, por possuírem atividade cognitiva mais ativa, seja por fatores genéticos ou por uma boa formação intelectual e humana. Algumas pessoas são Aspergers pelos meio, que as ensina o refino intelectual o controle das emoções, tal como na seleção das vivências e convivências. Outras, têm potências biológicas que as forçam a um comportamento mais refinado, distinto ao comum e, são estas pessoas, que necessitam de maior atenção para não serem, verdadeiramente, conduzidas a problemas reais, pelas más formações intelectuais oferecidas a elas. Uma má formação a uma pessoa Aspergers, implica, inclusive, em muitos casos, em uma boa formação a pessoas ditas comuns.

Asperger é condição de racionalidade, concomitante ou não com refino sensorial, mesmo este refino sendo extremamente comum. Não são monstros insensíveis, mas pessoas cheias de emoções que se manifestam das formas mais racionais possíveis. Inclusive, muitos, se pondo em risco para o benefício de outros que os Aspergers entendem merecedores de sacrifícios.

A potência humana de autopreservação e de preservação da espécie, para a perpetuação da mesma, existe comumente, mas muito mais bem aplicada, por ser analisada e instrumentalizada com o necessário refino para o bem de si, de outrem e do Todo.

Uma pessoa Asperger não desrespeita uma pessoa por ser sincera, mas sim, é desrespeitada quando insistem que a sua condição pessoal deve ser idêntica a quem não tem o mesmo refino sensorial e hiperfocal. Um Asperger não critica quem vai para o meio de grandes tumultos, pois mesmo não gostando, compreende que para aquela pessoa é agradável. No entanto, o contrário é comum, pois quem se julga comum, quer que todos pertençam a massa. As massas Aspergers são enormes, mas por respeitarem a individualidade, não aparecem.

Asperger são Seres humanos comuns, com características humanas mais refinadas, mas que ainda são vistos como transtornados, por muitas pessoas. Não é um transtorno, mas uma condição de refino humano, que pode ser de qualquer pessoa que se adestre a focar nas suas atividades e a melhorar as suas percepções sensoriais. Logo, se tornar Asperger é, em tese, evoluir-se, pois ser focado, melhor no aspecto perceptivo, sincero, prático, não é o que os ditos normais dizem ser correto? Um Asperger só tem problemas quando como qualquer outro Ser humano, não recebe a devida formação intelectual e humana. Aparenta ser mais problemático que um Ser humano dito comum, em alguns casos, apenas por ser mais refinado em determinados aspectos.

Asperger não é uma síndrome, que é algo que implica em um conjunto de sintomas patológicos. Asperger é uma condição biocomportamental que oferece Seres humanos mais refinados. Tal refino pode ser extremo para benefícios ou malefícios, tal como com um Ser humano dito normal. Um Pit Bull é um cão extremamente forte, obstinado, protetor e territorialista. Se tais potências forem mal aproveitadas, o estigma que esta raça possui, acaba sendo materializado, simplesmente pelo mau adestramento.

Aspergers não são simples de serem resumidos. Conjuntos de sintomas, tal como se um problema fosse, podem, sim, causar mais problemas do que auxiliar, em muitas situações. Aspergers, apesar de estarem, erroneamente, no espectro autista atualmente, considerados como portadores de autismo leve, devem ser percebidos e “tratados” distintamente, pois são condições bem distintas e, as características semelhantes, em proporções e conjuntos são extremamente diferentes. Este é um grande ponto que deve ser percebido.

Aspergers não possuem problemas neurológicos debilitantes, como autistas mais graves comumente possuem, mas sim, aspectos neurológicos comuns mais intensos, mas que são absolutamente domináveis, inclusive, como em diversos autistas, mesmo dentro de limitações existentes por problemas neurológicos mais complexos.

Asperger está dentro do espectro autista por questões voltadas à economia e previdência e, não pela saúde mental. No entanto, se está, sendo o Asperger chamado de autista leve, que sejam compreendidos os níveis do autismo, como claro é e, que o Asperger seja compreendido como não potencialmente incapaz pela condição neurológica, como os autistas em níveis mais avançados são. Por tal conflito, é que o Asperger deveria fazer parte de um espectro que não seja o autista ou, preferencialmente, que seja apenas Asperger, que é uma mera condição de potências comuns mais latentes.

Autor: Carlos Alexandre Costa Leite

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