Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Bom-senso”.
O filósofo francês René Descartes, no século XVII, dizia que o bom-senso é a coisa mais bem repartida que existe no mundo. Ele usa uma expressão, que em outros idiomas, inclusive no francês, significa senso comum – comum não no sentido de banal, mas como sendo de todos e de todas.
O que é o bom-senso? É a capacidade de balizar, de equilibrar as reflexões, os raciocínios. E Descartes dizia que o bom-senso, o senso comum, era o que havia de mais equânime, mais igual em todas as pessoas que o tinham.
Já o filósofo carioca Millôr Fernandes afirmava que, de maneira geral, costumamos achar que uma pessoa de bom-senso é aquela que pensa como a gente.
Para o britânico Thomas Paine, um dos fundadores da nação norte-americana, o tempo converte mais as pessoas do que a razão. Em outras palavras, a experiência de vida é muito mais impactante do que o mero raciocínio; portando, o bom-senso não se origina apenas da capacidade inata de pensar, como quereria Descartes, mas, acima de tudo, da possibilidade de viver a experiência, de ser capaz de aprofundá-la, de vivê-la de forma mais reflexiva, para que não se tenha uma concepção de vida automática.
Bom-senso, bom demais, quando meditado.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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