Autoimagem

Autoimagem

Gostamos de nos imaginar, no mais das vezes, melhor do que de fato somos. Nós gostamos, também, de inventar algumas ideias. Há vários estudos no campo da Ciência Biológica(não apenas de natureza psicológica) que apontam na nossa capacidade neuronal a possibilidade de inventarmos histórias, inventamos passados, inventamos realidades para justificar de forma mais veemente o modo como agimos ou o modo como somos.

Claro que aí se diria que é uma capacidade de autoengano, e não é isso, porque somos capazes de inventar sobre nós mesmos. Isso não é uma mentira deliberada, é algo que está muito mais no campo da crença e, ao criar essa crença sobre si mesmo, coloca-se a condição de ter de acreditar naquilo que se diz.

O escrito francês Marcel Jouhandeau (1888-1979) escreveu uma obra muito curiosa chamada O impostor. Ele dizia que “para suportar a sua própria história, cada um lhe acrescenta um pouco de lenda”. E a lenda é aquilo que não tem comprovação, que dá um ar meio mágico, que tem um certo componente místico em sua suposta explicação.

Como diz uma outra frase, “cada um é o herói da sua história”. Nesse sentido, a autoimagem que fazemos, especialmente quando estamos conversando com outras pessoas, carrega, sim, alguma coisa de lenda.
E essa lenda não é obrigatoriamente inventada.

 

 

Texto escrito pelo…

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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