Não importa quantas distrações o mundo crie e ofereça às pessoas, não importa que este mundo tenha reprimido de maneira ardil tudo aquilo que é espiritual, apegando-se desesperadamente a uma materialidade risível e vazia: as pessoas ainda sentem uma saudade sufocante pelo que é espiritual.
O mundo moderno nos passa uma falsa sensação de avanço e de eterno progresso, afirmando ter resolvido todas as questões humanas mais importantes, quando na verdade só atingiu um grande avanço tecnológico. As mais importantes questões humanas ainda prevalecem, e uma angústia mista com um sentimento de vazio colossal tomam conta da alma humana tanto quanto nos séculos passados.
Apesar de todos terem acesso à internet, a todo tipo de entretenimento e serviços sem sair de casa, um oco ainda reside dentro do âmago do homem, algo que não pode ser preenchido com um Ipad, um Ifood ou uma assinatura mensal na Microsoft Gamepass. Algo que vai além da satisfação sensorial e que transcende até o espírito. Esse oco evidencia que as questões humanas ainda são do tipo metafísico, religioso e afetivo.
São desses tipos de problemas que muitos terapeutas relatam nas terapias, como o medo da solidão, da morte, o remorso e a sede de ser amado e perdoado. E esses problemas não podem ser resolvidos através de inúmeros ideologias (diria seitas) como o o liberalismo, o comunismo ou o veganismo, que por sua vez tentam ocupar e preencher o vazio da alma dos homens, mas falha de modo retumbante, pois o vazio transcendental da alma só pode ser preenchido com algo genuinamente grande e verdadeiro: Deus.
Todas essas ideologias que listei anteriormente prometem a solução para o mundo (como se ele precisasse) e a cura para as angústias humanas, mas aqueles que se jogam nelas não percebem que essas “soluções” são parciais, saciando momentaneamente uma coceira irritante numa ferida que sempre voltará a coçar.