APRENDENDO A PRATICAR O DESAPEGO E TENTANDO NÃO SOFRER

APRENDENDO A PRATICAR O DESAPEGO E TENTANDO NÃO SOFRER

Quase sempre começo os meus textos trazendo alguma canção com a intenção de fazer um link com tudo o que pretendo dizer ou fazer para que você reflita sobre o texto.

Desta vez, não poderia ser diferente e, para tanto, trago a canção “Não aprendi dizer adeus” de Leandro e Leonardo:

Não aprendi dizer adeus
Mas tenho que aceitar
Que amores vem e vão, são aves de verão
Se tens que me deixar
Que seja então feli
z”

Mas o que pretendo trazer com este texto é uma reflexão sobre o adeus ou até breve relacionado a todos os tipos de amores que passaram e passarão pelas nossas vidas, seja o seu parceiro/parceira, filho(s), pais, avós, tios, primos e amigos queridos.

Afinal, via de regra, sofremos por amor, uma vez que somos seres possessivos e padecemos sempre naquele delicado momento de nos despedir de alguém no leito de morte, daquele abraço apertado no filho que está indo morar sozinho, mesmo que no bairro próximo ou em outro estado ou do outro lado do mundo ou dos amores que deixaram de ser correspondidos e tantos outros casos.

Mas eu te pergunto:

_ Por que apenas não agradecer por todos os momentos vividos com a pessoa?

Se for o caso de alguém no leito de morte, deixe que a pessoa faça sua passagem serena, sem se sentir presa as amarras invisíveis de um amor possessivo que certamente continuará para além do túmulo. Sei que é difícil, mas se trata de um exercício. Se você realmente ama a pessoa, por vezes, entenderá que a morte será o final de um ciclo de sofrimento. Lembre-se da pessoa com amor, lembre-se dos almoços em família, dos encontros nas festas de família, das risadas, dos abraços e beijos. Lembre-se e agradeça por ter vivido momentos tão preciosos com esta pessoa tão querida.

No caso da separação temporária do filho ou dos filhos, temos que sempre ter em mente o seguinte clichezão:

“Não criamos filhos para a gente, criamos para o mundo.”

Ele(s) precisa(m) amadurecer, crescer, viver as suas aventuras e desventuras, conquistas, amores e dores. Devemos, novamente, agradecer por todos os momentos que tivemos juntos.

Lembrando com ternura de cada fase da vida passada com ele(s). As trocas de fraldas, quando você estendeu a mão para ele levantar e enxugou as lágrimas por ter caído do escorregador ou do balanço, as noites mal dormidas, o primeiro aniversário, as visitas do Papai Noel, da Fada do Dente, seus amigos de colégio, primeiro amor, suas conversas sobre a vida…ah que delícia foi ter convivido até aqui com ele(s), mas ele(s) precisará(ão) seguir o(s) seu(s) caminho(s) e buscar alcançar o(s) seu(s) objetivo(s).

Neste caso, você apenas encerrou um ciclo da vida, mas não findou uma existência. O que há é apenas uma separação momentânea e necessária para a evolução da pessoa.

Finalizo com os amores não mais correspondidos e que também temos que fazer o exercício do desapego e lembrar com muito carinho do primeiro beijo, da primeira transa, dos jantares à luz de velas, almoços e piqueniques no parque, das caminhadas, daquela trilha para chegar naquela vista belíssima e ter um momento mágico com a pessoa amada, das reuniões com na casa dos amigos tomando um vinho e comendo um fondue em frente a lareira numa noite de inverno e rindo até doer a barriga. Apenas siga em frente guardando todos os bons momentos, afinal o que houve foi uma ruptura como casal, mas não precisa ser uma como amigos que se respeitam e se admiram.

Assim sendo, o que eu proponho é o exercício da GRATIDÃO, pois com este sentimento nós deixamos de sofrer e de ficar com o coração apertado, pois sabemos que todos os momentos vividos com aqueles que amamos foram únicos e ficarão para sempre na nossa memória e assim não sofreremos com os rompimentos dos laços originais.

Quem ama deixa o outro seguir em paz.

Deixo claro que esta é apenas a minha humilde opinião e você tem todo direito de sofrer, chorar, espernear e, certamente, discordar de mim.

Lembrando que a sua escolha será pelo sofrimento sem poder alterar à situação ou viver em paz e grato apesar do ocorrido.

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