Quando não havia a pandemia, crianças e adolescentes ficavam muito tempo frente de seus celulares, computadores e tablets. O que era um problema relatado pelos pais com muita frequência. Que se indagavam como deveriam controlar este tempo, impor regras, saber o que enfim eles estariam acessando. Seria melhor proibir ou isto traria ainda maior curiosidade?
Agora o tempo de utilização destes aparelhos está ainda maior, utilizados para as aulas remotas e também pelos pais para home office, a vida ficou ainda mais digital. O uso que acontecia com mais frequência nos final de semana agora virou um hábito necessário.
Para os pais ficou ainda mais complicado saber dosar o tempo de uso destes aparelhos. Além do tempo, os pais se preocupam com o tipo de acessos que são utilizados. A internet muda a todo o momento, e por mais recursos de segurança que possam existir, quando se está online existe um risco real. Redes sociais, jogos online, amigos virtuais, exercem um encanto e sabem envolver seus usuários. Que nem sempre tem maturidade para saber como se proteger. Para evitar esse mal uso da internet, além do efetivo controle de tempo e de conteúdo acessado, os pais devem estabelecer um diálogo com seus filhos. Onde possam conversar abertamente sobre o tipo de conteúdo que pode ou não ser acessado. Também devem estar atentos a possíveis sinais de alerta, como mudança de comportamentos. Que podem apontam que a criança ou adolescente pode estar sendo assediada ou ameaçada.

Os pais devem tentar proporcionar mais momentos de convívio em família na vida real. Oferecendo outras alternativas além do mundo virtual. O convívio fortalece o relacionamento, o respeito e reforça vínculos afetivos, o que nos dias de hoje está se tornando cada vez mais escasso. Não é incomum que pessoas numa mesma casa se comuniquem utilizando aplicativos ou que durante as refeições comam utilizando celulares a mesa.
Não temos como fugir da praticidade oferecida pela internet, o mundo está cada vez mais virtual e isto é uma realidade que não pode ser mudada. Mas, é preciso estar atento aos benefícios e malefícios que o mundo cibernético ocasiona. Através das redes sociais estamos conectados com pessoas do mundo inteiro, em um mundo globalizado que compartilhamos conhecimentos, cultura, informações em tempo real. Que traz muitos benefícios pela facilidade de acesso à informação. Por outro lado, nos afastamos cada vez do mundo real. Convivendo com pessoas que nem sempre são o que aparentam ser.
Famílias que por conta da pandemia do coronavírus tiveram que ficar em casa, estão perdem a oportunidade de usufruir desde precioso tempo juntos, e estão cada dia mais afastadas. Não basta apenas monitorar o acesso dos filhos, aos pais é preciso fazer uma reflexão sobre o uso da internet, e de como todos a utilizam. Observa-se que crianças cada vez menores já são inseridas neste mundo virtual pelos próprios pais. Onde um tablet ou celular acaba por substituir um adulto oferecendo um mundo colorido e interativo por algumas horas. Esta exposição possui sim um tipo de aprendizado, mas não promove uma experiencia real, cheia de descobertas, experiências e aventuras. Existem várias maneiras de aprender e uma delas é pelo exemplo. Reflita quanto tempo você fica online durante um dia?
Neste momento em que estamos passamos forçosamente conectados, devido as aulas e o trabalho, cada vez mais os momentos livres devem ser valorizados e bem utilizados. Te convido a deixar os fones de ouvido de lado, desligar o celular, o notebook, abrir a janela e respirar o ar puro. Tentar se divertir, contar uma piada, uma história engraçada, cozinhar juntos. Brincar com seu animal de estimação. Viver além do mundo virtual, compartilhar e interagir. Que as famílias estejam realmente juntas, não apenas cada um em seu quarto, presos por um carregador. Nos tornamos os frutos de nossas experiencias, um misto de tudo que vivenciamos. E o que estamos proporcionando a nossos filhos? Olhe além dos muros.
Geana Krause
Psicopedagoga, escritora e agente literária
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