Na jornada da maternidade, a amamentação se destaca como um elo poderoso que transcende a simples alimentação. Além de prover nutrientes essenciais para o desenvolvimento do bebê, esse ato carrega consigo uma série de benefícios extraordinários para as mães que amamentam. Da prevenção de doenças graves à promoção do bem-estar emocional, a amamentação se revela como um presente tanto para a saúde quanto para a conexão entre mãe e filho. Neste artigo, exploraremos a importância amamentação para a saúde da mulher.
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1- Previne contra o câncer de mama e de ovários
Diversos estudos apontam que esse é um dos principais benefícios da amamentação. Quanto mais tempo a mãe amamenta, maior é a proteção. Isso acontece, pois a amamentação ajuda na maturação das células dos ductos mamários, que ficam mais resistentes a alterações que podem levar ao tumor.
O mecanismo biológico que leva a amamentação a proteger a mulher contra o câncer de ovário não é claramente entendido, mas a hipótese é que a supressão da ovulação durante a amamentação inibe a divisão e proliferação das células epiteliais, reduzindo assim o início e progressão da carcinogênese (processo de formação do câncer).
2 – Diminui as chances de doenças como diabetes tipo II, anemia, osteoporose e obesidade;
Diminui as chances de desenvolver diabetes tipo II, devido à produção de prolactina, que preserva a massa das células beta-pancreáticas, que são as responsáveis por sintetizar a insulina. Assim, o corpo passa a desviar cerca de 50 gramas de açúcar do sangue todos os dias, já que ele vai para o leite.
Como a amamentação atrasa o retorno da menstruação, ela ajuda a mulher na redução da perda do ferro, diminuindo o risco da mulher desenvolver anemia.
Além disso, o organismo da mulher aproveita outros minerais importantes durante a amamentação, como o cálcio. A possível explicação para a prevenção de osteoporose durante esse período, é que ocorre um aumento na reabsorção de cálcio e excreção renal de cálcio é significativamente reduzida.
Entenda como diminui a chance de obesidade no próximo tópico.
3 – Acelera a perda de peso
Até 500 calorias são queimadas por dia quando a mulher está amamentando, praticamente o mesmo que uma hora de bicicleta. Queimar essas calorias extras com a amamentação pode ajudar a se livrar do peso que ganhou durante a gravidez. Porém, na maioria dos casos leva algum tempo, é preciso amamentar além dos seis meses.
4 – Diminui as chances de depressão pós-parto
O ato de amamentar promove a liberação de ocitocina – chamada carinhosamente de “hormônio do amor”. A ocitocina tem efeito antidepressivo e ajuda a reduzir o estresse, diminuir a pressão arterial, e até aumentar a tolerância à dor. Esse hormônio também vai influenciar bastante no vínculo entre a mãe e o bebê!
5 – Diminui o sangramento no pós-parto
O sangramento no pós-parto é um processo natural, que pode durar de três a seis semanas após o nascimento do bebê. Outro efeito da ocitocina é ajudar no processo de contração uterina que faz com que o útero volte à sua forma original mais rapidamente e consequentemente reduz o tempo de sangramento.
7 – É uma prática econômica
O aleitamento materno se mostra eficiente no quesito praticidade. A família não precisa se preocupar com mamadeiras, esterilização, esquentar leite de madrugada, etc. O aleitamento também é sinônimo de economia, já que não é preciso gastar comprando fórmulas especiais e acessórios e, no caso de amamentação exclusiva, em poucos meses uma boa quantia pode ser economizada.
8 – Funciona como um método contraceptivo natural
Outro efeito da ação da prolactina (hormônio envolvido na produção de leite) é a inibição da ovulação, por isso a menstruação pode ficar ausente durante um tempo. Ou seja, a amamentação funcionaria como um “anticoncepcional natural”.
Mas não confie inteiramente nesse método, pois ele só funcionaria em caso de amamentação em livre demanda. E mesmo assim, há riscos! O ideal é utilizar um outro contraceptivo para evitar uma nova gravidez, se esse for o desejo da família.
Esses benefícios não excluem a necessidade de retorno ao serviço de saúde, nem justificam a interrupção do tratamento para as doenças citadas.
A consulta puerperal (consulta de pós-parto) e o planejamento familiar são de extrema importância e não podem ser negligenciadas!
Referências
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