AGORA TUDO É MIMIMI

AGORA TUDO É MIMIMI

Circula pelas redes sociais alguns posts que me incomodaram um pouco. Em um deles é falado:

“Tudo é racismo,

Tudo é machismo,

Tudo é bullying,

Tudo é indireta,

Tudo é mimimi…

Geração de todos os tempos…

Parabéns para quem viveu nos anos 70,80 e 90, como eu vivi.”

Primeiramente, um post assim parece querer desmerecer a dor alheia, pois tenho certeza que muitos que sofreram racismo, ataques machistas ou homofóbicos, bullying de todas as formas e não tiveram coragem para gritar ao mundo: PAREM, POR FAVOR. ESTA DOENDO.

A sociedade era mais cruel e tudo era permitido e não estou aqui culpando os pais ou avós, pois eles foram ensinados desse jeito. O que não significa que não podiam reaprender alguns conceitos que já haviam internalizados.

Certamente, você ou sofreu ou fez algum comentário cruel contra alguém em algum momento. Estou me incluindo neste pacote. Inclusive, você e eu podemos ter sofrido e feito esses ataques.

Vivi os enaltecidos anos 70,80 e 90 do post e não acho nada legal diminuírem a dor alheia. Acredito que estejamos em uma era evolutiva e EMPATIA deve ser a palavra da vez, palavra a ser seguida e vivida.

Vale lembrar que empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente e de querer o que ela quer. Em resumo, poderíamos dizer que ter empatia é se colocar no lugar do outro.

Se coloque no lugar do outro e veja se realmente foi legal ter sofrido ou fazer algum sofrer algum constrangimento desnecessário.

Um outro post similar dizia que todos passamos por isso e sobrevivemos. Sim, realmente sobrevivemos, porém não ilesos, mas com muitas cicatrizes que doeram e ainda doem em alguns.

Neste outro post falava que a pessoa pode ter sido chamada de “gorda baleia” ou “Olivia Palito” ou “quatro olhos”, “alpinista de rodapé”, “viadinho, “cabelo Bombril” ou algum outro apelido e que estamos vivos e felizes. Vivos sim, porém marcados na pele e/ou na alma.

Ataques estes que tinham a intenção de HUMILHAR o coleguinha, etc  e não havia, como dizia o post,  qualquer alma boa para te apoiar. No fundo, a pessoa ficava aliviada de não ter sido ela o alvo dos ataques.

Pergunte para a pessoa que passou por isso se gostava de ser chamada de gorda, quatro olhos? Qualquer pessoa em sã consciência dirá que não.

Sem falar que hoje, graças a Deus, alguns ataques são considerados crimes.

Lembro que crianças que se recusavam a usar óculos, não queriam ir para a escola, tinham vergonha do seu corpo, sua altura, seu cabelo, sua cor.

QUANTA DOR DESNECESSÁRIA.

Bendita seja esta geração que luta para que o MIMIMI acabe.

Em uma matéria feita com a apresentadora Tatá Werneck, ela assim falou: ‘Mimimi é dor que não dói na gente’…

Se quiser ler mais sobre a matéria , segue o link: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/celebridades/tata-werneck-reprova-criticas-na-maternidade-mimimi-e-dor-que-nao-doi-na-gente-40204?cpid=txt

Realmente, temos que concordar que MIMIMI É DOR QUE NÃO DOI NA GENTE.

Em uma das letras do músico Emicida, AmarElo (Sample: Belchior – Sujeito de Sorte, ele brilhantemente nos brinca com a seguinte frase:

“Vovó diz, odiar o diabo é mó boi (Mó boi)
Difícil é viver no inferno…”

Pois é quem viveu o inferno das amadas décadas, certamente passou por tudo isso, mas como disse, não sai sem marcas, afinal viver no inferno era bem difícil, para alguns, insuportável.

Uma sociedade em constante evolução precisa entender que a dor do outro não pode mais ser calada, abafada, sufocada e que temos o dever de estender a mão ao próximo e não sermos cúmplices de crimes, afinal, omissão também é um ato de falta de empatia.

Devemos lutar a luta do outro e pelo outro e com o outro.

Que a empatia deixe de ser apenas uma palavra da moda e seja incorporada ao modo de vida de todas as pessoas, afinal somos todos ou não filhos do mesmo pai?

Quis escrever este texto com a intenção de levantar um debate saudável sobre este tema tão polêmico e esta foi apenas a minha humilde opinião.

Saiba que eu respeito a sua opinião, portanto respeite a minha. Podemos, como seres inteligentes e vivendo em uma democracia, divergir, porém não nos ofender.

Mais amor, mais empatia, mais esperança.



            

										

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