O que é visto como sinônimo de posse, domínio e controle, na verdade, é a falta de tudo isso. Você já ouviu a frase “todo exagero esconde uma falta”? Pois bem, isso vale para qualquer sentimento. Cada sentimento tem uma raiz egocêntrica e com o ciúme não é diferente.
O ciumento teme que o outro faça o que ele próprio faria.
É preciso conhecer a si mesmo para então conhecer o mundo em que se vive. Dessa forma, sempre interpretamos o mundo a partir de nossas percepções. Uma pessoa que se considera ciumenta não é ciumenta com alguém em particular, mas com tudo e todos à sua volta, aos quais atribui valores sentimentais. O ciúme faz parte da personalidade da pessoa, o que mostra que esse sentimento não é causado pelo outro, mas pelos próprios conceitos pessoais.
Se o ciúme é uma fraqueza, por que algumas pessoas se orgulham em se afirmar ciumentas?
A necessidade de domínio e controle é o que compõe o ciúme. Por isso, muitos parecem sentir orgulho em afirmar que são ciumentos. No entanto, isso só demonstra que o ciumento tem muitas pendências emocionais da infância a serem resolvidas, uma fragilidade que impossibilita a racionalização diante de momentos que envolvem o “medo de perder”. Pois esse “perder” costuma ser simbólico. Não se trata de perder a pessoa em si, até porque ninguém é dono de ninguém, mas sim de perder a sensação de controle da situação caso o outro aja de maneira diferente daquela concepção imagética que foi criada na fantasia do ciumento, onde o outro é uma pessoa “perfeita” e vive para servi-lo emocionalmente.
Ao contrário do que o ciumento entende, que seria o ciúme como sinônimo de amor, na verdade, o ciúme está mais próximo de ser a falta de amor, ou como dizia Maquiavel: “É muito mais seguro ser temido do que ser amado”.