No escuro do meu quarto, sobre uma segunda-feira resolvi falar sobre como o tempo caminha ao meu lado sem ao menos eu me dar conta dele ali. Você, querido leitor, aprecie um pouco do meu tempo, ou pelo menos o que falta dele.
De repente me vi com 24 anos, impuro e um pouco saudável. Estou cheio de sonhos, como todo jovem normal. A uma semana atrás, vi uma amarelinha na rua durante uma caminhada na praia, não hesitei. Pulei aquela amarelinha como se fosse a criança do primário. Mas, caramba! Já tenho 24 anos, o tempo foi rápido. Será que eu devo gratidão ou devo temer você?
Eu não sei, me perdoe se por acaso não lhe dei o devido valor, tudo passou num piscar de olhos, não o acompanhei, apenas corri como sempre fiz, antes com uma bola no pé no asfalto da rua, hoje, com pressa.
Mas como não notei todo esse tempo que se foi? Tenho medo de não ter aproveitado de verdade, ontem mesmo eu era uma criança chorona, olha só. Vai com calma tempo, não me sugue rapidamente.
Por outro lado, eu sempre te amei pra valer, parece que nascemos um para o outro, você sempre esteve aqui, mesmo eu não o vendo, mas pude senti-lo. Só não escutei as tantas vezes que me pediu para aproveitar o momento, eu simplesmente estive lá, andando para frente como se fosse só isso. Será que é só isso?
É um desabafo, não quero que me note tanto, me deixa mais pra lá, talvez assim as coisas não passem tão rápido, mas eu te amo tempo. Obrigado por estar aqui mesmo eu não querendo, você controla tudo.
Então gostaria de aproveitar mais e não sentir tanto que as coisas passam por mim, não quero acordar amanhã e ter 30, 40 anos. Quero continuar brincando de ser pequeno, embora seja impossível, você vira mais cedo ou mais tarde. Tudo bem.
Só quero que saiba que eu o amo, mas me deixe amar mais a vida, não passe tão rápido, vamos parar em um lugar e beber um café, te conto tudo se me deixar mais tempo aqui. Até logo.
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