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A tentativa de intelectualizar o BBB

Ultimamente eu tenho ficado bastante decepcionado com um movimento bastante estranho de tentar transformar o Big Brother em algo como uma experiência antropológica, psicológica ou sociológica, inclusive tentando tirar daquele programa que não passa de sensacionalismo puro, lições de vida.

Tenho visto intelectuais e pessoas que gosto e respeito aderindo a essa ideia (no mínimo, absurda) de que o BBB é algum tipo de experimento para estudo da natureza humana, ou que seria o programa, um retrato da realidade no Brasil. Os motivos para que essa ideia seja absurda são muito simples e vou elenca-los nesse texto.

A primeira observação que faço é sobre a escolha dos integrantes do programa, obviamente os participantes são escolhidos justamente com a intenção de que hajam conflitos de todos os tipos naquele ambiente, apenas esse ponto já tornaria invalida a ideia de que o programa seria um retrato de algo ou uma experiência de algum tipo.

Outro ponto importante é a forma como as coisas acontecem; além do estimulo ao conflito as pessoas são expostas a grandes quantidades de bebida alcoólica (obviamente que o intento é deixa-las extremamente alteradas e criar situações constrangedoras), inventaram um tal de “bigfone” no qual eles podem dar instruções para o participante que atender e de forma indireta, manipular os acontecimentos.

Existe ainda a questão que na nossa sociedade as pessoas não são obrigadas a conviver ou interagir, existe sim uma obrigação de respeito, mas não de convivência, por exemplo: eu não sou obrigado a conviver com um fumante, posso simplesmente ir para outro lugar, mas devo a esse fumante o respeito ao direito que ele tem de fazer o consumo dessa substancia. Desse modo, forçar a convivência acaba forçando apenas o conflito e não o entendimento, nem mesmo a troca saudável de ideias.

O jornalista Reinaldo Azevedo fez uma análise com a qual eu concordo, dizendo que o BBB não é um recorte do Brasil, é no máximo, um recorte da opinião do Boninho (diretor do programa).

É intelectualmente mais honesto apenas dizer que você assiste porque “gosta” ou porque não tem nada melhor para fazer…




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