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A SUPERFICIALIDADE NAS RELAÇÕES

Sabe aquela sensação de nenhuma troca mesmo depois de dias, semanas ou até meses de conversa? Parece um vazio. É como se nenhuma daquelas palavras fossem reais e não tiveram importância alguma.

Os aplicativos de relacionamentos prometem pelo menos na teoria, que lá você vai encontrar alguém diferente que esteja realmente disposto a te conhecer melhor. Já na prática não é bem assim.

Um dá match para o outro e tudo se inicia:

Oi, tudo bem?

Mora onde?

O que procura aqui?

Tem Whatzapp? …

Aí um dá para o outro o número e ali com o celular nas mãos as conversas vão se encorpando e ficando em alguns casos, mais intensos, em outros casos parecendo amigos de infância e isso pode perdurar por semanas até que decidam se encontrar.

O encontro vem de formas diferentes. Os dois até se divertem, ficam juntos, mas depois da despedida e de cada um ir para a própria casa, alguma coisa esfriou. Uma das partes pensa, o que será que fiz de errado? Será que ela não gostou? Será que ele não gostou? e por comportamentos diferentes, acredito que seja por causa da maturidade, um pergunta para o outro e é esclarecido tudo.

Mas, e quando essa maturidade não está no seu auge? Simplesmente deixam de lado como se aquela pessoa que conversou durante semanas não significasse nada, não valesse nada. Ou então, por não saber o que passa na mente do outro apenas desiste de tentar, por que a rotatividade é grande e o pensamento superficial é de que o outro não tem importância e segue a vida sem nunca saber que talvez aquela pessoa poderia ser única trazendo sentimentos nobres para a nossa vida.

O problema não são as redes sociais ou os aplicativos de relacionamento, mas sim as pessoas que se tornaram tão superficiais. E por que quiseram ficar assim? por que a responsabilidade afetiva se tornou tão rara? Me arrisco a dizer que está em extinção.

O esforço para conquistar alguém está obsoleto. Ah, por que vou tentar tanto se tem outras ou outros? é como se aquela pessoa não fosse nada. E ainda tem o comportamento de deixar o outro esperando a oportunidade de se conhecerem, costumo falar que enrola o outro sem tomar nenhuma atitude, apenas ilude.

Quando olhamos de fora, parece tão surreal, porque somos seres sensíveis, com os sentimentos e emoções impregnados em todo o nosso corpo, faz parte da nossa essência. Então, por que agir como se fôssemos robôs?

E isso acontece off-line também. Onde a pessoa conhece a outra sem a ajuda da tecnologia, mas com o tempo vai ficando on-line. E nessas mensagens que muitas vezes tem interpretações diferentes, em postagens nos status e de novo se tornando vago.

Já parou para pensar como estamos em um mundo totalmente conectado e ao mesmo tempo superficial? Às vezes, parece que é medo de se machucar, ou de “entrar em águas mais profundas” de “mergulhar de cabeça”, e aí metaforicamente falando apenas encostamos os dedos dos pés de leve na água para evitar que sejamos puxados para o fundo onde lá habita o desconhecido, onde podemos perder o controle de tudo, principalmente dos nossos sentimentos e emoções. E o pior, o medo de gostar de ter mergulhado e querer ficar por lá sem a certeza de que o outro também quer permanecer.

Enfatizo mais as relações amorosas porque nesta área a superficialidade tomou conta. Tudo ficou muito prático e trocar de parceiro ou parceira tornou-se natural. E as pessoas que não segue esse padrão acabam sendo julgadas como inocentes ou românticas demais.

 O que aconteceu com:  vou tentar fazer dar certo, vou arriscar com essa pessoa, vou me esforçar para conquistar essa pessoa, não vou ter medo de me envolver?

A resposta é difícil de achar. O que percebo é que as pessoas confundem viver o momento com apenas estar um dia com alguém e nada mais. E, viver o momento tem mais sentido com alguém em que nós decidimos ficar ao lado. E é essa decisão de olhar o outro não como um objeto, mas como alguém que pode significar muito nas nossas vidas se permitimos que ela fique.

A superficialidade nas relações pode ter tomado grandes proporções em todos os lugares, porém cabe a nós quebrar esse padrão. Cabe a nós não aprisionar mais os sentimentos, as emoções e se permitir olhar o outro de verdade.

Já Parou para pensar em como todos esses aplicativos de relacionamentos valeriam a pena se não fosse a nossa inconstância? O mundo estaria menos solitário, porque de nada adianta não se permitir passar mais de um dia com alguém e depois ir para casa, o vazio vem, porque a sensação de preenchimento, de prazer de apenas um encontro foi temporária. Agora, imagina essas sensações em proporções cada vez maiores com alguém que escolhemos e o mais importante decidimos continuar? Seria único!

 Se permitir conhecer o outro, entender o outro, ir devagar na conquista e se deixando conquistar. Isso é maravilhoso!!! Essa é a chave!

Apenas se permita…

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