Com certeza, todo ser humano já deve ter sentido pelo menos uma vez na vida a sensação de vazio e inutilidade. Quem já não ficou se fazendo perguntas do tipo: “para que é que eu estou vivo?” e “que foi que eu fiz da minha vida?”. Ninguém está livre deste tipo de sensação. E esta sensação piora quando pensamos nos sonhos que costumávamos acalentar quando éramos mais jovens. Isso pode nos levar a questionar o que aconteceu com as pessoas que costumávamos ser. E talvez acabemos por indagar se a vida que temos levado tem valido a pena. Isto acontece principalmente se tínhamos muitos e belos sonhos que acabaram por não se realizar. Chegar a esta conclusão é altamente frustrante e pode nos levar a sentimentos de depressão e angústia, pois poucas coisas são tão desanimadoras quanto pensar que não fizemos o que queríamos ter feito das nossas vidas.
Caso você esteja passando por esse momento agora de sua vida, o aconselhável é que faça um exame de consciência acerca das escolhas feitas e das atitudes que tomou em relação à sua vida. O que nos levou ao nosso atual estado? Até que ponto nosso destino foi determinado por fatores exteriores à nossa vontade? Devemos nos fazer tais perguntas principalmente porque precisamos assumir as responsabilidades pelas nossas escolhas para não cairmos na tentação de culpar outras pessoas pelo fato de nossa vida não ser o que sonhávamos. E muitas são as pessoas que, devido ao fato de estarem frustradas com as vidas que levam, em vez de assumir suas responsabilidades, ficam a culpar a família e às demais pessoas, julgando-se injustiçadas pela vida. Não é raro que tais pessoas terminem por descarregar seu ódio e suas frustrações em quem não tem nada a ver com o que aconteceu de errado em suas vidas.
Talvez você possa ajudar a si mesmo procurando ver exemplos na ficção como em filmes e literatura. Um bom exemplo de pessoa que se sente vazia e infeliz com o rumo que sua vida tomou é a protagonista do filme Shirley Valentine, que costumava ser uma jovem rebelde e confiante na adolescência mas que, no final, tornou-se uma esposa e mãe e acabou frustrada, sentindo que desperdiçou sua vida sacrificando seus sonhos pelo marido e filhos até que, após resolver passar um tempo na Grécia e decidir não voltar mais para a rotina que a oprimia, viu que podia ser dona do seu destino e que já não seria mais apenas a esposa e mãe, mas Shirley Valentine novamente.
O que podemos aprender com histórias como a de Shirley Valentine? Que nunca é tarde demais para retomarmos nossos sonhos ou então passarmos a sonhar sonhos novos. Enquanto estamos vivos, sempre há a esperança de mudança e cabe principalmente a nós tentar dar uma guinada em nossas vidas. Se você está agora se sentindo vazio e se perguntando o que fez de sua vida, lembre-se de que não é o único e que, com certeza, se você examinar a fundo seu íntimo, acabará por encontrar as respostas que tanto precisa. E saiba que apenas você pode fazer isso por si mesmo.
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