Nas mídias sociais residem muitas discussões sobre os mais variados assuntos. O problema é que os debates gerados costumam ser pobres e estúpidos, mesmo com o tema sendo sério.
Pessoas de todas as idades adoram afirmar o que não tem certeza. É extremamente comum de se ver pessoas achando que sabem quando, na verdade, não sabem sobre o assunto que está falando. Nem sempre realmente pesquisam sobre e, quando pesquisam, costumam pesquisar por 15 minutos e já consideram suficiente.
Para mim, a problemática surge pelo desejo vicíoso de afirmar que consome as razões básicas do ser humano evoluído. Somos viciados em afirmar, mas isso não é bom. Não é difícil de se pensar que você deve estudar bem sobre algo antes de falar sobre, assim como não é difícil de pensar que você deve estudar, principalmente, o lado que você vai criticar, mas parece que isso é o que as pessoas mais fazem.
Falo também por experiência própria, pois já fiz isso muitas vezes, mas hoje tenho uma noção bem maior da importância de conhecer sobre o que vou dizer. Por isso temos que sempre pesquisar bem o outro lado da moeda antes de criticá-lo. Como quer domar um leão se você não sabe como um leão age?
O puro deboche é outra coisa que os usuários de redes sociais adoram usar como se fosse um bom argumento. Já cansei de presenciar posts onde o autor mostra seu o ponto de vista de maneira argumentativa e, nos comentários, os usuários dizem coisas como “olha, tem que ter coragem porque noção passou longe”. Como se um deboche desses refutasse um argumento.
Com esse deboche, a pessoa demonstra imaturidade diante de um debate, abre portas para um debate de quinto ano onde o deboche e a ofensa é o principal e empobrece ainda mais a discussão.
E pelos deboches, surgem, também, esvaziamento de termos. Como o termo fascista, que usam como se significasse apenas autolitarismo, quando, na verdade, se trata de algo bem mais complexo do que isso.
Além dos deboches, as falácias lógicas mais óbvias ainda são muito comuns na internet. Como a do Argumentum ad hominem, que é quando você ataca o adversário ao invés dos argumentos dele.
Argumentos anticientíficos ainda não deixaram de ser comuns. Acredito que um dos maiores problemas disso é pelo fato de que as pessoas, quando se informam, se informam por sites de notícias em que o foco não é a ciência e não por sites dedicados à ciência, que seria o mais seguro. Por isso, ainda existem pessoas que afirmam que a homossexualidade, por exemplo, é fruto de comportamento. Se você conhecer alguém que acredita nisso, desafie ela a encontrar um site de ciência defendendo isso.
E um dos motivos indiretos para essa pobreza argumentativa são os viéses cognitivos. Como o viés de confirmação, que é quando interpretamos uma informação de maneira tendenciosa para confirmar as nossas hipóteses e crenças. Ou o efeito adesão, que é quando fazemos ou tomamos decisões apenas porque um grande número de pessoas fazem. Ou seja, são atitudes irracionais, portanto, devemos diminuir a frequência com que caímos nesses vieses cognitivos.
Por isso, é importante se informar muito bem sobre os dois lados da moeda, se autocriticar, agir racionalmente ao invés de emocionalmente e só afirmar quando sentir que está realmente pronto para isso.
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