A vida é um processo, envelhecer é um processo e como tal tem começo, meio e fim. Esse processo é significativo por si só e fundamental, se inicia logo após o nascimento e seu término, bem, só acaba quando termina.
Crescer é o construir de uma trajetória, é o incessante gotejar de experiências, que se acumulam e enriquecem nosso viver. Para cada fase: enigmas, desafios e um brilho todo próprio. De tempos em tempos as dúvidas existenciais, solicitam mais experiências e mais vida.
Na escrita da própria história há marcos fundamentais como: a profissão, o casamento, filhos, viagens, netos e o envelhecer. A linha da vida vai sendo toda grafada com temas, com perdas e ganhos, e isso é equilíbrio. Nossa história individual, não é individual, acontece em meio a intermináveis e benditas rotinas, e sempre repleta de gente.
Somos estrelas de nossa caminhada, coadjuvantes em outras histórias e figurantes quase que o tempo todo no mundo. Somos uma voz em muitas, um pequeno ramo da grande árvore da vida e uma semente eterna.
Assim, envelhecer é uma fase do processo que pode ser ativa ou passiva, bendita ou inimiga, mas repleta de experiências e lutas. A coragem as vezes pensa em ir embora, o resmungo quer cadeira cativa, a beleza agora é interna e as tecnologias assustam por demais. Mas se nem tudo são rosas, também não são barreiras intransponíveis. A maturidade nos oferta serenidade e tolerância, a capacidade de aprender muda apenas de velocidade e não de potência.
Descobrimos que nossas verdades são relativas e que aprender é trabalho diário, assim, se as novas gerações estão chegando temos o que aprender com elas e certamente o que ensinar, é por meio dos encontros intergeracionais que efetivamos essas trocas, justificando as pegadas de nossa trajetória que não termina, apenas evolui com o outro.
Os encontros intergeracionais permite ao idoso atualizar-se sobre as perspectivas do momento, permite entender o colorido dessa garotada, as extravagâncias, as novas convenções, as tecnologias tão dinâmicas, os valores morais tão mais flexíveis, enfim um mundo novo para um velho homem. Já ouvir um idoso, permite ao jovem menos preconceitos com as questões da maturidade, um olhar e um ouvir sem tantos rótulos e impaciência. Conhecer as dificuldades das gerações anteriores permite uma caminhada mais cuidadosa e compreensiva. Somos todos herdeiros de estórias impregnadas de erros e acertos, tolerância e preconceitos. O diálogo é fundamental para uma boa parceria, para manutenção do orgulho familiar e para o entendimento entre as gerações.
Mariângela Carvalheiro
Psicopedagoga e graduanda em gerontologia.
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