A homogeneização das mentes, da alimentação e da agricultura

A homogeneização das mentes, da alimentação e da agricultura

A escritora e filósofa indiana Vandana Shiva criou o termo monocultura da mente para a padronização que aconteceu no mundo através da globalização. Por meio de um saber científico dominante, se dita um controle ideológico, sociocultural, econômico e ambiental. Muitas megaempresas agroalimentares chegam a deter recursos financeiros superiores aos dos países nos quais estão instaladas. O efeito desse poder tão grande dessas multinacionais é a restrição da escolha tanto dos agricultores e consumidores.

  As pessoas tem muitas informações disponíveis, mas não conseguem processar e raciocinar em cima delas, para formar um conhecimento prático e sólido, que permitirá gerar novas pesquisas, inovações/criações, tecnologias ou ações. Augusto Cury, renomado médico psiquiatra retrata que o excesso de informações e estímulos visuais e sonoros em nossos dias acaba por estressar e desgastar o cérebro, criando o que se chama Síndrome do Pensamento Acelerado. Atualmente, há uma homogeneização de quase tudo: o que comemos, o que pensamos, assistimos, ouvimos, estudamos, e por aí afora.

É algo extremamente lamentável que cerca de 50% da alimentação humana no mundo inteiro dependa de apenas quatro espécies de plantas (arroz, trigo, milho e soja). A agricultura da monocultura (cultivo solteiro de uma espécie vegetal), sem consórcios e/ou rotações, está acarretando num extermínio sem precedentes de toda a biodiversidade que ainda resta no planeta. Muitas plantas nativas são extintas por não poderem mais se reproduzir. Além disso, as próprias plantas cultivadas ficam mais sensíveis, pois a genética da cultivar vai “definhando”, por causa da segregação ao longo do tempo. Antigamente, semeavam-se várias cultivares de milho numa lavoura ou numa propriedade (por exemplo A, B, C, D), assim como arroz, trigo, e assim por diante. Hoje, para uma mesma cultura, planta-se apenas uma cultivar numa região inteira de um país.

O consórcio entre plantas tal como era o sistema de cultivos dos agricultores tradicionais da nossa região antigamente, era bem mais equilibrado com o ambiente do que hoje: milho, feijão e abóbora. Cada espécie explorava uma camada de solo diferente e ocupava todos espaços no tempo à procura de água, nutrientes e radiação solar. No entanto, a forma industrial, química, mecanizada de fazer a artificialização da agricultura é algo que está levando-nos a um ponto sem retorno e chega a dar medo. O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo com pelo menos 5 mil plantas consideradas alimentícias (não convencionais). Por que não trazemos esse “mato” para o “prato” de todos nós!? Como diz um dos maiores especialistas nacionais no assunto, Valdely Knupp.

 

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