O que entendemos por pessoas boas? Aquelas que nunca cometem falhas? Aquelas que sempre são justas com os outros? Pessoas cheias de compaixão e amor pelo próximo, incapazes cometer erros e injustiças? Pessoas assim existem?
Em se tratando de seres humanos, somos todos falhos de alguma forma. E desde pequenos somos ensinados em histórias infantis a discernir facilmente o herói do vilão, o mocinho do bandido. São personagens com caracteres bem clichês, que não deixam a menor sombra de dúvida de quem é quem em cada papel determinante.
Mas na vida real, podemos perceber que nem todo mundo é de todo bom, nem todo mundo é tudo mau, somos uma mistura de emoções e variantes do ambiente em que vivemos. Rita, uma personagem de uma série Dinamarquesa com esse mesmo nome, é uma personagem curiosa nesse sentido: em suas ações ela é leal a seus amigos e procura ajudar seus alunos em suas questões pessoais além da escola. Mas como professora, não possui personalidade característica ao perfil da profissão como uma pessoa justa, paciente, controlada e sem vícios; pelo contrário, ela é fumante, bebe, sua vida amorosa é agitada e irregular, fala o que pensa e como pensa, magoa às vezes as pessoas ao seu redor, é desordenada. Mas é dona de um enorme coração!
Às vezes a pessoa aparenta um perfil organizado, amigável, prestativo, mas são pessoas egocêntricas, narcisistas que sabem disfarçar muito bem seus defeitos, usando essas falsas qualidades para conseguir o que querem. Elaboram mentiras sobre os outros, vivem uma vida falsa e de aparência e se mostram como realmente são apenas às pessoas mais íntimas; enquanto para os outros se apresentam totalmente atraentes e convidativos. Ao passo que, como a personagem descrita, não faz tipo à ninguém, demonstra suas fraquezas, não disfarça seus ímpetos e mesmo assim possui um coração que não cabe no peito, ajuda o próximo e passa pelos obstáculos da vida sem se corromper ou prejudicar ninguém.
Infelizmente, fazemos pré-julgamento de pessoas que são mais voltadas a ser transparentes enquanto aceitamos melhor as que possuem uma máscara-disfarce socialmente elaboradas. Nossos olhos estão melhor acostumados a aceitar o bonzinho clássico, mesmo sabendo que aquela figura não passa de um personagem fictício. Não fomos educados a enxergar as pessoas por suas atitudes, mas sim por sua aparência, mas parecer que é ainda é muito distante de realmente ser.
Como dizia Maquiavel ” Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!” Assim sendo, como é difícil aceitar as pessoas autênticas, as que demonstram seus sentimentos, as que choram, as que dão gargalhadas, as que vivem suas vidas sem se preocupar com a opinião dos outros; Porque no fundo, a sociedade prefere a escravidão. Prefere ter uma linha ideológica a seguir. E nem sempre o que a maioria segue, significa que é o melhor. E nem sempre o que está fora desse contexto, considerado por todos marginalizado porque vive à margem da sociedade, é verdadeiramente o vilão da história. Ser bom ou ser mau está muito além das aparências e da vida que se vive. Ser bom ou ser mau é apenas uma questão de coração.
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