Veja alguns bons motivos para você começar a ler livros de psicologia AGORA e ter uma noção e até aprofundar mais sobre o assunto.
Texto e indicações de livros via Daniela Amadeu.
1) Você se conhece
É o primeiro e mais óbvio motivo: se você está lendo algo que tem a finalidade de analisar a psique humana, é natural que alguma coisa sobre si você aprenda. Mas o interessante é que isso vai muito além de uma simples fórmula de autoconhecimento. Você passa a rever seu passado, seus hábitos, sua forma de conversar e reagir em determinadas situações, o padrão dos seus sentimentos. Nem sempre os livros contém as respostas, mas a leitura movimenta algo no cérebro que te faz ter uma nova perspectiva sobre si, o seu entorno e os outros que antes você não tinha.
2) Você conhece os outros
Sua forma de enxergar o mundo (de dentro para fora) muda, então é esperado que sua forma de se relacionar e compreender os outros também mude. Aquele comportamento do seu amigo ou familiar que sempre te intrigou e você nunca compreendeu, pode ser que você comece a compreender após uma boa leitura. Sua forma de avaliar as pessoas também muda. Você se torna mais tolerante aos erros dos outros porque você começa a enxergar melhor seus próprios erros e também compreende como muitos dos defeitos — segundo seus parâmetros para defeito — surgem.
3) Seus valores mudam (para melhor, eu espero)
Quando você compreende os motivos das suas ações, seus defeitos e os outros, é inevitável que seus valores mudem. Não sabe o que são valores? Uma forma fácil de compreender é respondendo a pergunta: o que importa para você? 3 coisas que importam para mim são: amizade, confiança e compreensão. Então esses são os meus valores.
Um exercício fácil de ser feito é: anote seus valores antes de ler algum livro de sua preferência e após a leitura anote novamente seus valores, veja se algum valor perdeu a importância e foi removido e se um novo valor foi inserido.
Lembrando que valores também podem ser ruins. Exemplo: desprezo, indiferença e egoísmo. Ao listar seus valores, seja sincero consigo mesmo.
4) Você aprende a fazer novas perguntas
Como os livros começam a enumerar comportamentos, personalidade e a levantar hipóteses é bem provável que eles te inspirem a fazer novas perguntas sobre tudo o que você já se questionava e inclusive te darão novos horizontes para serem indagados. O que eu percebo sobre mim é: quando eu começo a ler um novo livro que aborda o comportamento humano sob uma nova perspectiva, eu vejo como minhas perguntas antigas estavam limitadas.
5) Sua forma de obter as respostas melhora
Se você tem as perguntas, é interessante que você obtenha algumas das respostas (talvez não seja possível todas as respostas). Após a leitura de um livro sobre psicologia, você começa a imitar o percurso investigativo feito pelo autor e isso aprimora a sua capacidade de se questionar. Melhores perguntas, melhores respostas.
6) Se você faz terapia, o rendimento da terapia também melhora
Após minhas leituras eu notei um avanço enorme na minha relação comigo mesma. As dúvidas passaram a me incomodar menos, eu comecei a agir mais e teorizar menos, eu compreendi que a incerteza é uma sensação constante na vida e que tá tudo bem, e quando minha psicóloga me passa algumas tarefas para serem feitas, eu tenho mais facilidade em conversar comigo mesma e obter as informações que eu preciso para me tornar quem eu quero ser. Você também pode pedir indicação de livros para o seu terapeuta.
7) Sua vida dá uma bagunçada e isso é bom
Tudo se mantém estável e previsível, ainda que minimamente. Durante e após a leitura sua vida entra em desordem, porque você se vê em constante conflito com quem você é e com quer ser, percebe com mais intensidade que quem você é por dentro não está em acordo com quem você quer ser por fora e isso pode te revoltar. E depois que você supera tudo isso, você atinge a re-ordem, que é quando o caos anterior gera uma nova organização das coisas e você tem um panorama que nunca teve antes. Magnífico.
Dessas minhas leituras eu já fiquei muito triste e muito irritada comigo mesma. Sabe quando você apreende que estava fazendo tudo errado e era por isso que estava tão infeliz e/ou insatisfeito? Pois é.
8) Você adquire mais consistência nos seus afazeres
Quando você finalmente enxerga que estava fazendo tudo errado e que você era o responsável pelos seus problemas, você tende a evitar aquele comportamento e os hábitos antigos. Isso te dá mais consistência em suas próximas ações. Você quer começar um novo projeto ou finalmente você tomou coragem para iniciar um, então você percebe que uma força interna muito maior vai te mover. Uma determinação mais sólida, mais antifrágil irá surgir em você. Sabe aquelas histórias de pessoas que correm atrás dos seus sonhos que a gente lê e pensa: puxa, eu queria ser assim. Então, você vai se ver tornando-se essa pessoa.
9) Você amadurece sem a dor do sofrimento
Você consegue aprender sem ter a necessidade de errar, ou talvez você possa errar menos
Eu concordo que é preciso errar para aprender, mas penso que a relação erro x aprendizado é desproporcional quando temos menos bagagem. Ou seja: muitos erros trazem pouco aprendizado.
Tanto a vivência quanto a teoria que obtemos nos ajuda a reduzir o número de erros. A gente bate no peito e diz “errei, mas aprendi!”, que nada, muitos dos erros que cometemos são evitáveis e trazem um aprendizado mínimo. Isso é só uma forma de consolação, já que errou, que o erro sirva para algo, não é mesmo? E tem outro ponto: aprender com o próprio erro requer alguma habilidade. Errar não implica obrigatoriamente em aprendizado. É possível errar e não aprender nada com isso. Absolutamente nada. Para que haja algum aprendizado com o próprio erro, é preciso obter conhecimento de algum lugar para tornar isso possível. Portanto, nem que seja para você errar e depois aprender, é necessário ler algum livro de psicologia.
Quando a leitura te coloca num caos interno e te desconstrói, você começa a ver que muitas das situações das quais quer se submeter tem o risco do erro e você sabe como evitar alguns deles e amenizar o impacto dos outros erros.
10) Você se torna bom para você e para os outros
Se você ficou nu, espiritualmente falando, e precisa se vestir novamente, que seja com uma roupa mais bonita, não é mesmo? Após a re-ordem você começa a ver aquilo que muita gente tem tanta dificuldade em enxergar: o que te importa seguramente é o mais fácil, barato e simples de ser obtido.
Isso significa que você vai efetivamente valorizar “as pequenas coisas da vida”. Infelizmente essa constatação se tornou tão repetitiva que ficou vazia. Para que você possa retomar o sentido das pequenas coisas da vida, é preciso se preencher com autoconhecimento e sabedoria.
Quer algumas dicas?
Se você não sabe exatamente por onde começar, deixo aqui alguns livros que podem contribuir com a sua formação:
O Poder dos Quietos — Susan Cain
Descubra se você é introvertido ou extrovertido e como esse traço do temperamento humano impacta a sua vida e suas relações.
Tipos Psicológicos — C. G. Jung
Racionalismo, empirismo, introversão, extroversão, determinismo, dogmatismo, ceticismo e mais uma infinidade de formas de pensar e compreender o mundo. É uma leitura pesada, porém transformadora.
O Poder do Hábito — Charles Duhigg
Como os hábitos são formados e como você pode se beneficiar compreendendo a formação dos seus hábitos.
A Sutil Arte de Ligar o F*da-Se: Uma estratégia inusitada para uma vida melhor — Mark Manson
Honestamente, não é um livro sobre psicologia, mas é um livro que vai mudar sua psique, sem dúvidas. Basicamente, o livro diz o seguinte: tem você, tem a vida e todos os seus problemas. Você deve se importar com o quê? E com o que você não deve se importar?
Você não é tão esperto quanto pensa — David McRaney
Esse é um livro objetivo. Você quer conhecer melhor os bugs cerebrais e as falácias? Leia esse livro. Ele não enrola, ele vai direto ao ponto. Aqui tem o bug cerebral, ele ocorre em você dessa determinada forma e ele acontece por esse motivo. O livro é escrito dessa forma. Muito interessante perceber a quantidade de bugs cerebrais que temos e como encontramos um jeito de justificá-los.
Boa leitura.
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