Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Virtude”.
Quem não gosta de pessoas virtuosas? A virtude é também aprendida, não é algo que se nasça com ela, como condição genética. Existem situações da nossa natureza que, eventualmente vindas da condição químico-cerebral, levam a pessoa a ser mais calma ou mais atenta ou mais irritadiça.
Mas a virtude é um valor ético, como a temperança, a capacidade do cuidado, a honestidade, a decência. Essas virtudes podem ter algo mais incômodo quando as olhamos mais de perto. A expressão “virtude” tem como seu cerne “vir”, de onde vem “viril”. Portanto, algo ligado ao mundo masculino. E é interessante ver como muita gente separa o que seriam as virtudes masculinas – como força, coragem, capacidade de decisão – daquilo que seriam as virtudes femininas, como se diria no passado – como recato, capacidade do carinho, cuidado. Isso hoje, para a nossa alegria, se mesclou.
Não podemos nos esquecer, porém, que, na origem – do ponto de vista ético e também do etimológico -, a noção de virtude é aquilo ligado ao mundo do masculino. Como se ser virtuoso fosse um privilégio de homens e, portanto, mulheres teriam outro tipo de percepção ou até de prática. Evidentemente, agora já temos um outro caminho.
A virtude precisa estar no cotidiano, precisa estar na prática de homens e mulheres, até deixando de lado essa origem do viril.
Mario Sergio Cortella
Compre o Livro “Pensar Bem nos Faz Bem Vol” do filósofo Mario Sergio Cortella.
Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
Outros Livros do filósofo Mario Sergio Cortella: