Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Adiamento”.
Pôr-se a caminho, ou seja, iniciativa. Horácio foi um dos grandes poetas da antiga Roma, e muitas vezes incentivado pelo Ministro Caio Mecenas, do primeiro imperador de Roma, Otávio Augusto. A palavra “mecenas”, nos tempos atuais, significa aquele que subsidia, que financia, que dá apoio à arte. E é exatamente desse romano da Antiguidade, Caio Mecenas, que veio essa ideia – o mecenato é quando se patrocina algo. E Horácio dizia em uma de suas epístolas algo que, hoje, pareceria óbvio, mas não é: “Quem começou tem metade da obra executada”.
É preciso pôr-se a caminho, isto é, é preciso ser capaz de dar partida àquilo que vai ser feito. Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, quase suplicou: “Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã… Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã. E assim será possível, mas hoje não… Não, hoje nada; hoje não posso”.
E há pessoas que não se colocam a caminho, mas ficam no mero desejo de fazê-lo.
Na época em que vivemos, em que nós temos tantas disposições, lembremos de Horácio, afinal de contas, pôr-se a caminho é decisivo para a ação.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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